Alguns hábitos chegam de mansinho e, apesar de causarem aversão em algumas pessoas, ganham adeptos rapidamente. É caso da placentofagia, ato de comer a placenta depois do parto. Inspirado em diversos mamíferos que comem a placenta de seus filhotes logo após o nascimento, a 'moda' ganhou grande número de adeptas nos Estados Unidos e Inglaterra. Um exemplo icônico é socialite e estrela de reality show norte-americano Kourtney Kardashian, irmã da empresária Kim Kardashian.
Teoricamante, essa prática traria benefícios à saúde da mulher no período pós-parto, como redução da dor, aumento dos níveis de energia e de ferro no corpo, ajuda na produção de leite e até mesmo redução das chances de depressão. No entanto, estudos recentes comprovaram que não é bem assim.
Uma revisão de estudos feita na Faculdade de Medicina de Northwestern, em Chicago, e publicada no jornal científico Arquivos de Saúde Mental da Mulher, mostrou que não há benefícios comprovados no método. Os cientistas analisaram dez pesquisas sobre o tema publicadas recentemente, mas não encontrara evidências de que o consumo de placenta ofereça proteção ou ofereça qualquer benefício, como muitos acreditam.
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Já o Royal College of Midwives, associação britânica que reúne as parteiras do país, defende que ingeri-la ou não deve ser uma decisão da mulher.
Por outro lado, mesmo não proporcionando benefícios, a ingestão da placenta em si não oferece riscos, segundo alguns especialistas. O problema é a forma como ela é coletada e armazenada, já que não há nenhum tipo de regulação em relação ao preparo e forma de consumo dessa estrutura. A principal responsável pelo estudo, a psiquiatra Cynthia Cole, alerta para o fato de não haver normas ou recomendações para armazenar e preparar a placenta, que assim como qualquer outro produto comestível pode deteriorar, oferecendo perigos tanto à mãe quanto ao bebê. (Com informações da BBC Brasil)