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Cigarro prejudica a fertilidade de homens e mulheres

21 nov 2011 às 12:45

O cigarro é um grande vilão da procriação. Cada vez mais estudos comprovam os efeitos adversos do tabaco em relação à fertilidade. De acordo com o ginecologista e obstetra, especializado em Reprodução Humana, Assumpto Iaconelli Júnior, a prevalência de infertilidade em fumantes é maior do que em não fumantes.

"São vários os impactos negativos que o tabaco causa na saúde em geral, haja vista conter mais de mil componentes diferentes. Apesar de a maioria dos problemas estarem relacionados ao sistema cardiovascular e respiratório, diversos estudos mostram que o cigarro também é responsável por uma queda na fertilidade de homens e mulheres", diz o médico.


Iaconelli, que dirige o Fertility - Centro de Fertilização Assistida, em São Paulo, afirma que o fumo tem o poder de retardar a gestação, antecipar a menopausa e aumentar as desordens menstruais. "Dependendo de quando a mulher começou a fumar, o impacto na saúde dos seus ovários pode ser grande, com destruição folicular, alteração das características fisiológicas tubárias, alteração nas taxas hormonais, interferência na gametogênese e fertilização, bem como dificuldade na implantação do óvulo – uma vez que o endométrio também sofre agressões".


Já em relação ao impacto que o cigarro causa na fertilidade masculina, o especialista diz que o tabaco afeta diretamente a formação dos espermatozoides (espermatogênese), sendo responsável também pela diminuição da concentração, morfologia e motilidade dos mesmos. "Com um aumento do estresse oxidativo, há alterações importantes do potencial de fertilização do espermatozoide".


Como os motivos que costumam dificultar uma gravidez normalmente se referem a homens e mulheres em partes iguais, isto é, 40% associados a eles, 40% a elas e 20% ao casal, é importante que o casal em tratamento de fertilização assistida pare de fumar. "Para o casal em tratamento, o fumo representa menor taxa de fertilização, resultando em prejuízo nas taxas de nascimento e, muitas vezes, obrigando o casal a se submeter ao dobro de tentativas de fertilização in vitro, por exemplo. Outro impacto relevante diz respeito ao embrião, já que o cigarro diminui qualidade e quantidade de embriões por ciclo e pode exigir um prolongamento da estimulação ovariana", diz Iaconelli.


Saúde e a fertilidade do bebê


De acordo com o especialista, outro malefício do fumo em relação à futura prole é que fumar durante a gravidez pode levar a intercorrências, como trabalho de parto prematuro, restrição de crescimento intrauterino e baixo peso ao nascer, aumentando a morbimortalidade dos recém-nascidos – que muito provavelmente ficarão em UTI neonatal. Até a futura fertilidade dos fetos expostos é comprometida. A exposição intrauterina aos componentes químicos do cigarro pode ter um efeito altamente prejudicial no desenvolvimento fetal, podendo comprometer todo o sistema reprodutivo feminino quando na fase adulta, levando à diminuição da reserva ovariana e da qualidade oocitária, com destruição dos oócitos e, consequentemente, aumentando a probabilidade de infertilidade futura.


Já nos fetos do sexo masculino a exposição intrauterina leva a uma possível redução no volume de sêmen e do número de espermatozoides. "Em paralelo ao esforço de parar de fumar, homens e mulheres também deveriam livrar-se de outros vícios nocivos à saúde, como álcool e drogas, por exemplo", conclui o especialista.

Serviço:
www.fertility.com.br


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