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Saúde da mulher

Brasileiras são as que mais esquecem de tomar pílula anticoncepcional, aponta pesquisa

Redação Bonde com Assessoria de Imprensa
28 set 2016 às 11:53

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- Reprodução
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Multitarefa é um adjetivo que define bem os millennials - geração composta por jovens adultos na faixa entre os 20 e 35 anos. A capacidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo e ter conhecimento sobre os mais variados assuntos faz com que esses jovens estejam sempre antenados e por dentro de tudo o que acontece.

No entanto, tanta informação somada à uma quantidade ilimitada de tarefas está fazendo com que esses jovens se estressem cada vez mais. No caso das mulheres, o estresse tem sido causa de esquecimento frequente de atividades comuns do dia a dia, como tomar a pílula anticoncepcional; levar chaves, carteira e celular; ou tirar a maquiagem antes de dormir, por exemplo. É o que aponta a pesquisa global "Millennials e Contracepção - Por que nos esquecemos?", realizada pela Bayer em vários países e que contou, no Brasil, com apoio do Departamento de Ginecologia da Escola Paulista de Medicina da UNIFESP. O estudo teve como objetivo chamar atenção para o Dia Mundial da Prevenção da Gravidez Não Planejado (26 de setembro), celebrado essa semana.

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O estudo explorou como a memória dessas mulheres pode ser impactada pelo estresse, levando em consideração as mudanças no estilo de vida delas em um curto espaço de tempo e a influência disso em suas atividades e hábitos diários. A pesquisa foi conduzida em nove países (Alemanha, Bélgica, Brasil, Espanha, Estados Unidos, França, Irlanda, Itália e México) com mulheres entre 21 e 29 anos, que fazem uso de pílulas anticoncepcionais.

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Brasileiras - Por que elas esquecem?

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No Brasil, mais de 16 milhões de mulheres se encontram na faixa entre 20 e 29 anos, o que representa 16,2% da população total, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2016). A pesquisa apontou que boa parte delas esquece regularmente de fazer atividades cotidianas. Entre as ações mais esquecidas estão tomar a pílula anticoncepcional (58%), remover a maquiagem antes de dormir (20%) e levar consigo chaves, carteira e celular (10%). Elas atribuem isso a uma tendência em ser esquecida (39%), ter alguma preocupação (30%) e mudanças na rotina (13%).


De acordo com o estudo, as brasileiras são as que mais esquecem de tomar a pílula anticoncepcional. Enquanto a média mundial ficou em torno de 39%, no Brasil, 58% delas apontaram esquecimento pelo menos uma vez no último mês, seguidas das norte-americanas (54%) e das irlandesas e belgas (ambas 42%). Considerando o último ano, a taxa de esquecimento sobe para 89% entre as brasileiras.

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Em relação à pílula, os principais motivos apontados para o esquecimento são não tomá-la todo dia no mesmo horário (32%), não deixá-la em lugar visível (21%), estresse no trabalho ou nos estudos (20%) e agenda cheia (17%).


Outro aspecto sensível é que seis em cada dez brasileiras (58%) não tomam a pílula no mesmo horário todos os dias. Quase 40% delas não considera necessário esse cuidado. "A pesquisa mostrou que mulheres que não têm o costume de tomar a pílula todos os dias no mesmo horário tendem a esquecê-la. Ou seja, manter uma rotina contribui para o não esquecimento. Além disso, algumas pílulas, por terem baixa dosagem hormonal, devem ser ministradas sempre no mesmo horário para garantir a eficácia. De acordo com o Estudo Coraliance, realizado na França, as pílulas, quando tomadas diariamente e sem pausa, ajudam a melhorar a adesão por não haver quebra na rotina das mulheres. É importante lembrar que a continuidade do uso também traz benefícios adicionais como a redução do sangramento, a melhora da acne e dos sintomas da TPM", afirma Afonso Nazário, ginecologista e Professor Livre-Docente do Departamento de Ginecologia da UNIFESP.

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Estresse, agenda atribulada, mudanças. Segundo as participantes da pesquisa, essa rotina influencia o esquecimento do uso correto do contraceptivo - 64% das brasileiras são mais propensas a esquecer a pílula quando estão preocupadas. Esse fato gera um outro comportamento também apontado pela pesquisa: dessas mulheres, 74% já consideraram métodos contraceptivos que não precisam ser tomados diariamente.


Desde 2014, a Academia Americana de Pediatria juntamente com o Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia recomenda o uso de métodos contraceptivos reversíveis de longa duração para todas as mulheres. O objetivo vai além de evitar a gravidez não planejada, mas também adentra aos impactos sociais, econômicos e na saúde pública que uma gestação não planejada pode acarretar.

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"Uma gravidez não planejada entre adolescentes tem consequências negativas para as jovens, suas famílias e também para a sociedade. O planejamento reprodutivo voluntário é um dos maiores avanços do último século em saúde pública e um dos investimentos mais custo-efetivos que um país pode realizar para o bem das próximas gerações", ressalta Marta Finotti, ginecologista, membro da Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção da FEBRASGO.


No Brasil, o contraceptivo mais utilizado depois da pílula anticoncepcional é o dispositivo intrauterino, mais conhecido como DIU, de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS). O DIU oferece a durabilidade de até 5 anos no caso do hormonal e de 10 anos no de cobre, e ambos possuem índice baixo de falha - entre 0,2% e 0,8%.

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Os métodos contraceptivos reversíveis de longa duração são recomendados como opções de primeira linha para evitar a gravidez não planejada na adolescência, já que oferecem alta segurança e eficácia contraceptiva, não dependem da disciplina da mulher e podem ser interrompidos a qualquer momento, caso haja o desejo de ser mãe.


"Um ponto fundamental a ser ressaltado é que a escolha do método contraceptivo, seja ele qual for, deve ser feita com a orientação do ginecologista, para avaliar o método que melhor se adequa ao dia a dia e as necessidades da paciente, respeitando sempre as contraindicações e as possíveis restrições ao uso", conclui Finotti.

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Contracepção X Prevenção


Um dado preocupante da pesquisa aponta que, em todos os países, as mulheres abandonam o uso do preservativo (camisinha) quando utilizam a pílula como método anticoncepcional e essa tendência aumenta com a idade. No início da segunda década de vida, apenas 17% delas combina os dois métodos, já no final, esse percentual cai ainda mais, alcançando 11%.


As brasileiras estão entre as que menos utilizam o preservativo quando adotam a pílula, apenas 6% delas combinam os métodos. Ficam atrás somente das irlandesas (5%). As americanas são as que mais combinam contracepção com prevenção; 29% delas usam preservativo mesmo tomando anticoncepcional.

Levando em consideração que a maior concentração dos casos de AIDS no Brasil está na faixa entre 25 e 39 anos para ambos os sexos (53,6% entre eles e 49,8% entre elas), segundo o Ministério da Saúde, esse dado da pesquisa mostra a sensibilidade do tema e a necessidade de uma maior conscientização para a prevenção de DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis).


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