Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que o Brasil é o quarto país com maior número de casos de nascimentos de bebês anencéfalos no mundo (bebês com ausência parcial ou total do cérebro). A incidência é de cerca de um caso para cada 700 nascimentos por ano, com uma média de 615 mortes em decorrência da doença. O primeiro lugar é ocupado pelo País de Gales, onde são registrados de 5 a 7 casos para cada 1.000 nascimentos.
A interrupção da gravidez quando diagnosticada a anencefalia no feto é considerada crime no Brasil, de acordo com o Código Penal, em vigor desde 1940. No entanto, na semana passada o Supremo Tribunal Federal (STF) votou pela descriminalização do aborto de anencéfalos, por entender que o "Aborto é crime contra a vida. Tutela-se a vida em potencial. No caso do anencéfalo, não existe vida possível".
A anencefalia é a ausência total ou parcial do cérebro em fetos - consiste em uma má formação rara do tubo neural. O período mais importante para a formação do sistema nervoso do embrião é o da formação desse tubo, que ocorre entre a terceira e a quarta semana de gravidez. O diagnóstico de anencefalia pode ser feitos nos exames de pré-natal.
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Estudos indicam que não há como evitar todos os casos da doença. Acredita-se que o diabetes aumente os riscos: mulheres com a doença têm sete vezes mais chances de terem bebês anencéfalos. Para ajudar na prevenção, especialistas indicam a ingestão de ácido fólico (uma vitamina do complexo B presente em brócolis e folhas verdes) antes e no início da gestação, mas isso não garante a ausência dessa má formação.
Por que o pré-natal é essencial?
O pré-natal é o acompanhamento médico dedicado à gestante e ao bebê que tem como objetivo a prevenção, a orientação, o esclarecimento e o diagnóstico de qualquer alteração da saúde da gestante e/ou do bebê. É durante o pré-natal que todas as dúvidas do casal serão esclarecidas, o que é muito importante, já que é possível descaracterizar alguns mitos que são muito frequentes neste período.
Em média, uma gravidez dura quarenta semanas, por essa razão além da qualidade das consultas, a frequência é fundamental. Durante o pré-natal, as consultas são mensais até a 32ª/33ª semana, quinzenais, até a 37ª semana e, semanais, até a 40ª semana. Após esse período, a gestante deve ser acompanhada pelo obstetra a cada dois ou três dias.
Importância do pré-natal
Garantir que a gestante e o bebê mantenham-se saudáveis durante os nove meses é a principal missão do pré-natal, mas o período também possui outros atributos. Além de fazer o acompanhamento do desenvolvimento do bebê e diagnosticar intercorrências clínicas e/ou obstétricas, os nove meses de gestação tem também a função de preparar o casal para o parto, assim como para a amamentação.
A gestação é um período marcado por transformações físicas e emocionais, por isto, tanto a gestante quanto o seu companheiro têm muitas dúvidas durante este período que antecede o nascimento. Todo casal que espera um bebê deve ter respostas às suas indagações. Quanto mais seguros sobre todo o processo que está por vir, melhor e mais tranquilo será o parto. Todas as vantagens e desvantagens de cada escolha devem ser esclarecidas.
Hoje, o ginecologista e obstetra Aléssio Calil Mathias recomenda que o pré-natal comece antes mesmo da concepção, preferencialmente, três meses antes. Pois assim, a mulher poderá realizar uma consulta médica completa, bem como todos os exames prévios à gestação. Se houver qualquer alteração, tanto clínica como laboratorial, a mulher poderá, em tempo hábil, realizar o tratamento mais apropriado. O uso de ácido fólico, três meses antes da concepção, com o objetivo de diminuir a incidência de malformações do sistema nervoso central faz parte desta fase anterior à concepção.
Além disso, se a mulher que deseja engravidar é obesa, diabética ou hipertensa, é muito importante realizar um tratamento prévio à gestação com a finalidade de alcançar o controle e o equilíbrio antes da concepção.