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Aos 50 anos, contraceptivos estão cada vez mais modernos

30 abr 2010 às 10:30

Sucesso de público e de mercado no Brasil e no mundo, a pílula anticoncepcional comemora 50 anos em 2010. Responsável pela liberação feminina e pelo avanço do planejamento familiar, além de ter dado grande contribuição para o crescimento da participação das mulheres no mercado de trabalho, os contraceptivos orais estão cada vez mais modernos e eficientes.

Com dosagens hormonais até 10 vezes menores que na época em que foi lançada a primeira pílula, os contraceptivos orais hoje têm muito menos efeitos adversos e podem ser usados em regime cíclico de 21 dias ou contínuo (com interrupção da menstruação), contribuindo para a autoestima e qualidade da vida feminina.


"Os produtos de última geração não só evitam a gravidez, como reduzem sintomas menstruais como cólicas, dores de cabeça, sensibilidade mamária, náusea, inchaço e ganho de peso, além de melhorar a pele e os cabelos", afirma Achilles Machado Cruz, especialista em ginecologista e obstetrícia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Segundo ele, os contraceptivos orais atuais também ajudam a prevenção de doenças, como endometriose, e a diminuição do risco de câncer de ovário, do endométrio e colorretal.


No caso específico do Elani 28, cujo princípio ativo é etinilestradiol (30mcg) associado à drospirenona (3mg), foi também comprovado em estudo recente que seu uso em regime contínuo ou cíclico não afeta de maneira significativa o metabolismo (níveis de gordura e de açúcares) ou a coagulação sanguínea das mulheres.


Considerando-se essa evolução dos medicamentos, as conquistas femininas nos últimos 50 anos e a excelente adesão das pacientes aos anticoncepcionais orais, o meio século de existência da pílula deve ser comemorado não só pelas mulheres e pela indústria farmacêutica, mas por toda a sociedade. No Brasil, a pílula é a opção contraceptiva de 21% das mulheres entre 15 e 49 anos. A taxa de fecundidade caiu de 5,8 filhos por casal em 1970 para 1,95 filho nesta década, enquanto, simultaneamente, a população feminina ativa cresceu de 28, 8% para 43,6%.


Mas, apesar de todos os méritos dos anticoncepcionais orais, ainda existem dúvidas em relação aos benefícios, em especial do uso em regime contínuo. Confira os mitos e verdades:


A mulher precisa menstruar todos os meses


Vários médicos especialistas defendem o fato de que a mulher pode e deve ter a opção de escolher a frequência da sua menstruação, pois não precisam sangrar todo mês se não pretendem engravidar a curto prazo.


A menstruação é um processo de limpeza do organismo feminino
Não. A menstruação resulta da descamação do endométrio (membrana da parede interna do útero), quando o óvulo não é fertilizado, podendo gerar sintomas como cólicas, dores de cabeça e nas mamas, náusea, inchaço e ganho de peso, entre outros sintomas da TPM.


É preciso parar a pílula para que o organismo descanse


Hoje, os contraceptivos orais têm uma quantidade muito menor de hormônios que é perfeitamente absorvida pelo organismo, não sendo necessário parar.


Mulheres que utilizam contraceptivo em regime contínuo têm mais risco de sofrer efeitos adversos


Estudos comprovaram que o uso contínuo da pílula não apresenta efeitos adversos diferentes dos observados em usuárias de pílulas no regime com pausa.


O uso de contraceptivo em regime contínuo pode prejudicar a fertilidade da mulher


Não existem evidências de que o uso de pílulas em regime contínuo possa prejudicá-la. Estudos que compararam o retorno à fertilidade em mulheres que utilizaram pílulas em regime contínuo e com pausa demonstraram que em ambos a taxa de gravidez é semelhante após a suspensão do tratamento.


Se tomar o anticoncepcional em regime contínuo haverá dificuldade em voltar a menstruar


O retorno às menstruações é rapidamente restabelecido após a interrupção do tratamento em regime contínuo.


As mulheres só podem começar a tomar anticoncepcional em regime contínuo após os 18 anos de idade

Para alguns especialistas, o ideal é que a mulher passe a utilizar contraceptivo em regime contínuo ou cíclico dois anos após sua primeira menstruação, pois em geral é o período necessário para que se torne regular, facilitando o processo decisório.


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