Muito desagradável para qualquer pessoas, os problemas urinários - mesmo em quadros leves - interferem diretamente nas atividades diárias de milhares de mulheres. Mesmo assim, muitas não procuram ajuda médica. Por desconhecer a existência de tratamentos modernos, que podem curar ou minimizar muito os sintomas. Algumas mulheres chegam a relatar que a perda urinária faz parte dos problemas femininios naturais da velhice.
Por que é tão comum?
"Devido à fragilidade da musculatura de sustentação dos órgãos pélvicos, o aparelho esfincteriano, mais delgado, e a uretra feminina curta, a incontinência urinária na mulher é muito frequente; principalmente após a menopausa, quando essa região fica ainda mais frágil pela falta dos hormônios", explica a ginecologista Nara Fabrícia de Mattia.
A constituição física é um fator predisponente importante, mas, o aumento do peso do conteúdo abdominal e uterino, devido à gravidez por exemplo, são também causas da incontinência urinária futura. Isso ocorre porque durante a gestação, o aumento do volume abdominal e a presença da cabeça do feto na pelve podem causar uma pressão maior sobre o músculo pélvico, levando à flacidez.
Todos os casos são iguais?
Como saber qual é meu caso?
"O mais importante é fazer um diagnóstico correto", esclarece a ginecologista. Para confirmar qualquer suspeita ela aconselha:
Levantar um histórico da mulher - "É preciso conversar com a paciente para tentar caracterizar se a perda de urina é por esforço ou por urgência. Se a urina escapou, por exemplo, quando fez exercícios, ou em repouso, ou quando estava dormindo em casa. Essas duas situações são bastante diferentes para identificação e tratamento da enfermidade", considera.
Exames - A realização do exame urodinâmico é fundamental. Ele permite determinar a ocorrência de contrações vesicais involuntárias (sem que a bexiga esteja muito cheia, surge o desejo premente de urinar), assim como a perda urinária quando a paciente faz esforço. Nesse exame, a saída de urina é monitorizada por computação.
E agora, o que fazer?
Com o diagnóstico correto estabelecido o especialista pode determinar qual melhor tratamento para cada caso.
Fisioterapia: menos invasiva e com menor risco para a mulher, não tem efeitos secundários, não impede futuras cirurgias e pode ajudar a curar em 51% dos casos, a função dos músculos do pavimento pélvico e do controle da bexiga.
Cirurgia: existem inúmeras técnicas que dependem da indicação de cada caso. As técnicas criam um suporte sub-uretral, para corrigir o ângulo uretrovesical e evitar a perda de urina. Em determinadas situações são necessárias outras abordagens cirúrgicas para corrigir falhas maiores da musculatura pélvica, bem como o reposicionamento do útero, ou do reto, caso estes também estejam comprometidos.
Farmacológico: pressupõe o uso de várias drogas que contêm substâncias anticolinérgicas que evitam a contração vesical. Usados para as incontinências de urgência e mistas.