Ondas de calor excessivo, palpitações, sintomas urogenitais e fadiga, entre outros, acometem cerca de 70% das mulheres entre 45 e 55 anos, ocasionados pela parada do ciclo de ovulação e consequente parada dos ciclos menstruais. Desta forma, com a chegada da menopausa (última menstruação) elas deixam de produzir os hormônios ovarianos: estrógeno e progesterona.
Neste período, a mulher precisa entender os sintomas que estão modificando sua vida, é necessário procurar orientação e o acompanhamento de um ginecologista é recomendável. Segundo Celso Borrelli, coordenador do programa de Ginecologia do Hospital San Paolo, o início da menopausa pode ocasionar interferência no relacionamento familiar e conjugal. "Muitas vezes, marido e filhos desconhecem os sintomas relacionados com a baixa hormonal e interpretam as mudanças que estão ocorrendo, como desinteresse e exageros", explica o especialista.
Mais que se deparar com situações delicadas com seus familiares, o corpo dessa pessoa passará a ter impactos indesejados: alterações do metabolismo podem levar a ganho de peso, aumento do índice de massa corpórea e de gordura localizada e consequente aumento do sedentarismo. "Quando a mulher chegar a essa idade, precisará buscar novos hábitos. As necessidades calóricas nessa fase serão menores, portanto a mulher deverá se programar para gastar essas calorias extras", comenta Borrelli.
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Não bastassem as alterações físicas, as emocionais têm repercussão muito importante na qualidade de vida. A produção de serotonina, (neurotransmissor responsável pela comunicação entre as células do cérebro), diminui, ocasionando um desequilibrio emocional aumentando muito o risco de depressão situacional, em graus variados. O ginecologista alerta ainda que os cuidados deveriam ser instituídos de forma preventiva na fase pré-menopausa. "Para evitar esses e outros males, a mulher deve estar preparada, ou seja, antes da menopausa é recomendável que se inicie uma dieta balanceada, complementada por exercícios físicos e exames periódicos", ressalta o especialista do Hospital San Paolo.
Para ele, com a evolução da medicina diagnóstica, não é mais aceitável mortes por cânceres ginecológicos avançados, ainda tão frequentes em nosso meio. Por outro lado, com o aumento da expectativa de vida, as mulheres devem estar atentas com sua saúde em todos os períodos de suas vidas. Borelli acredita que os médicos devem estar conscientes que saúde e qualidade de vida devam andar juntas: "não basta a preocupação de que devamos acrescentar anos às vidas, mas, além disto, hoje precisamos nos preocupar também em acrescentar vida aos anos", finaliza o ginecologista.