Até o terceiro ano de vida, o bebê não tem autodefesa suficiente para evitar alergias que podem ser causadas por alimentação, insetos ou serem de ordem genética. Em todos os casos, há necessidade de cuidados especiais.
Muitos casais cuidam intensamente dos bebês, mas, às vezes, nem sabem dos riscos das alergias, principalmente da pele, que é mais delicada e sensível nesta fase da vida. Só a partir do terceiro ano de idade é que a pele da criança amadurece completamente, com o desenvolvimento das glândulas sudoríparas e da imunidade do organismo. No entanto, até atingir este momento de autodefesa, o bebê precisa de muitos cuidados, pois é grande a probabilidade de adquirir alergias.
Segundo a dermatologista Mônica Carvalho, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, além da predisposição genética, que é um fator relevante no mecanismo do desenvolvimento da alergia, há outras situações do dia-a-dia que podem desencadear o problema, como a poeira, pelos de animais, clima seco, poluição, entre outros. "No recém-nascido, é muito comum um tipo de lesão chamada dermatite seborréica, que vai desaparecendo com o tempo (são aquelas crostas geralmente no couro cabeludo). Já as dermatites atópicas (geralmente em áreas de dobras) podem aparecer nos primeiros meses de vida e ficar por anos", explica a dermatologista.
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A médica afirma que muitas das alergias podem ser evitadas. Nos casos de dermatite atópica, que tem a genética como principal responsável, é importante que o bebê tome banhos mornos, rápidos e se evite sabonete, que retira a camada de gordura protetora da pele, e perfumes em excesso. Além destes cuidados, é essencial que o bebê tenha sempre a pele hidratada. Mesmo assim, há casos em que as lesões da dermatite persistem, o que significa a necessidade de cuidados médicos. "Os tratamentos mais comuns são à base de corticóides e uma nova medicação chamada de imunomodulador. Nos casos de picadas de insetos, o melhor remédio é a prevenção, ou seja, evitar a exposição do recém-nascido a lugares com muitos insetos, como fazendas e sítios, além do uso de repelentes e antialérgicos", diz a médica.
Há, no entanto, alergias que são consideradas graves, que podem continuar por muito tempo e, às vezes, evoluem cronicamente, isto é, apresentam crises de piora e melhora. Existem também, as alergias causadas por alimentos, tendo o leite de vaca como um dos principais vilões. "Seja qual for o motivo da alergia do seu filho, não dê corticóides via oral para eles sem ordem médica. De fato melhora a alergia, mas pode trazer efeitos colaterais, como atraso no processo de crescimento e muitos outros problemas", completa Mônica.
Dicas que ajudam evitar as alergias
Mantenha a sua casa sempre limpa e arejada;
Evite passar qualquer tipo de produto em excesso no seu filho, até mesmo o sabonete;
Leia sempre as recomendações do fabricante antes de passar pomadas, talcos, xampus, entre outros. Estes produtos podem causar algum tipo de alergia se não forem indicados para a idade do seu bebê;
Mantenha as roupinhas sempre limpas, mas cuidado para não lavá-las com amaciante e sabão muito fortes, pois podem irritar a pele.