Também conhecido como vaginite, o corrimento vaginal é um dos problemas ginecológicos mais comuns e frequentes na mulher. Alguns tipos são causados por doenças sexualmente transmissíveis, outros por desequilíbrio da flora vaginal e alguns, inclusive, podem ter origem em fatores psicológicos, como o estresse.
"Toda mulher possui uma secreção própria, que é natural e normal. Esse muco, que no período fértil fica um pouco aumentado, tem aspecto cristalino, como se fosse uma clara de ovo", explica a ginecologista Silvana Chedid.
Quando essa secreção passa a assumir um aspecto esbranquiçado ou amarelo e com odor, acompanhada de coceira, dor (agravada durante a relação sexual) ou ardor, o corrimento pode ter causas patológicas diversas. E elas variam de um simples desequilíbrio orgânico até doenças venéreas, como a gonorréia.
Leia mais:
Precisa reduzir consumo de sal? Saiba como usar ervas e especiarias para dar sabor
Cinco exercícios simples para aliviar a cólica menstrual
Vai morar sozinho? Aprenda a lavar roupas com mais praticidade
Sete dicas para aproveitar as férias com as crianças não vacinadas
"Os agentes de corrimento mais comuns são os fungos. A candidíase, por exemplo, é um dos corrimentos mais frequentes", comenta o ginecologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Domingos Auricchio Petti.
Com um corrimento de aspecto cremoso e esbranquiçado, a candidíase pode ser adquirida durante a relação sexual, por roupas e objetos contaminados, por causa de uma higiene pessoal inadequada ou quando a mulher apresenta baixa resistência imunológica.
Uma dica é tentar manter a região da vagina o mais arejada possível, pois a candidíase aparece quando a área está quente e úmida. "Usar calcinhas de algodão, que permitem uma ventilação melhor e absorvem as secreções, é o mais indicado", alerta Petti. Outra idéia é dormir sem calcinha para evitar o abafamento da região sempre que possível.
Além dos fungos, bactérias e protozoários também são agentes causadores dos corrimentos vaginais. A tricomoníase, por exemplo, que se caracteriza por uma secreção amarelada e ardor, é causada por um protozoário transmitido durante a relação sexual e por roupas e instrumentos ginecológicos contaminados.
Esses microorganismos podem ainda contaminar a mulher durante a masturbação. Uma vez que ela se toque sem antes ter tido uma higiene correta das mãos ou dos objetos utilizados, as chances de uma infecção por bactérias e fungos crescem consideravelmente.
Alergias a absorventes, amaciantes e produtos de higiene podem também estimular o aparecimento de corrimentos. Nesses casos, o ideal é que se evite o contato com o alergênio em questão, a fim de evitar irritações na região vaginal.
Tratamentos
Não há um tratamento específico e padrão para a vaginite, cada caso pede um medicamento direcionado ao agente do corrimento. "Em geral, se usa cremes vaginais e comprimido via oral, mas algumas vezes é necessário o tratamento do parceiro também", explica Silvana.
É importante, no entanto, que a mulher não tente "adivinhar" o que lhe causou o corrimento. Exames ginecológicos como o papanicolau e os laboratoriais são necessários para se definir o melhor tratamento a seguir.
Em casos mais simples, o não tratamento da vaginite pode trazer à mulher apenas um desconforto constante, ardor, corrimento permanente, irritação dos órgãos genitais e odor. "No entanto, dependendo do microorganismo causador, como o caso de algumas bactérias, quando não tratados podem infeccionar trompas e ovários", alerta Silvana.
Fatores que favorecem a vaginite
- Alergia
- Baixa imunidade
- Diabetes
- Doenças sexualmente transmissíveis
- Estresse
- Gravidez
- Higiene incorreta
- Masturbação
Serviço:
Domingos Auricchio Petti – ginecologista
www.haoc.com.br
Silvana Chedid – ginecologista
www.chedidgrieco.com.br
www.mulhercriativa.com.br