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Ovário policístico: problema incomoda, mas tem cura

Redação Bonde
25 fev 2011 às 08:54

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Mesmo com diagnóstico positivo é necessário realizar os exames complementares de ultrassonografia e dosagem hormonal - Reprodução
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Atualmente denominada por muitos como a "síndrome da mulher moderna", a Síndrome do Ovário Policístico (SOP) atinge mulheres jovens, em idade reprodutiva, e caracteriza-se por um distúrbio hormonal que leva ao aparecimento de inúmeros cistos foliculares na superfície dos ovários, acarretando a elevação dos níveis de hormônio masculino (androgênios) no organismo feminino. Com isso, a mulher pode deixar de ovular todos os meses, apresentando as manifestações mais precoces do problema, como irregularidade menstrual, surgimento de acne e seborréia, aumento do volume de pelos no corpo (chamado hirsutismo) e cólicas fortes. Com o passar do tempo, ainda podem surgir outras complicações como obesidade, resistência à insulina, diabetes mellitus (tipo 2), distúrbios psicológicos e comportamentais e aumento do risco cardiovascular.

A SOP atinge de 4 a 7% das brasileiras. "O ovário policístico é uma síndrome da atualidade e pode estar associada a outras patologias como a síndrome metabólica e as dislipidemias (alterações dos níveis de gorduras no sangue)", explica a médica Angela Maggio da Fonseca, professora associada do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

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Segundo a especialista, a SOP pode provocar a redução da fertilidade da mulher, sendo que cerca de 15% dos casos de esterilidade feminina causada por problemas no ovário estão relacionados com ela. "Trata-se de uma das maiores causas de infertilidade por problemas ovarianos", afirma a especialista.

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Mas essa não é uma situação irreversível. O histórico médico revela que muitas mulheres acabam engravidando espontaneamente. Mesmo aquelas que não conseguem uma gestação de forma espontânea, podem engravidar após um período de tratamento com medicamentos específicos e indutores de ovulação.


De acordo com Angela, o diagnóstico da síndrome é clínico, sendo confirmado a partir da ausência de ovulações mensais e sinais de aumento do hormônio masculino no organismo. Contudo, para a comprovação da patologia é necessário realizar os exames complementares de ultrassonografia e a dosagem hormonal. "O diagnóstico é feito pelo médico através da análise do histórico da paciente, exame físico geral e ginecológico e, obviamente, confirmado pelos exames laboratoriais", sustenta a especialista.

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Tratamento


A partir do diagnóstico positivo, o médico define junto com a paciente o tratamento que será seguido. Caso a intenção seja a melhora do ciclo menstrual e da pele, pode-se optar por métodos de tratamento hormonal que apresentem em sua formulação substâncias androgênicas, como o acetato de ciproterona ou a drospirenona.


Quando a mulher deseja engravidar, o tratamento pode abranger medicamentos indutores da ovulação. No entanto, para todos os casos, algumas medidas são essenciais, como orientação para uma dieta saudável, rotina de atividades físicas e cuidados estéticos (depilação e tratamentos da acne), que contribuem para a melhora dos aspectos físicos e psicológicos relacionados à SOP.

Para as pacientes acima do peso, emagrecer é muito importante para o sucesso do tratamento. "Muitas vezes, apenas com a redução da massa corpórea é possível reverter o quadro de disfunção hormonal e normalizar o ciclo menstrual", ressalta a Angela Maggio da Fonseca.


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