Uma nova substância, tão nociva quanto o formol, vem sendo usada no alisamento de cabelos em concentrações acima das permitidas. Trata-se do glutaraldeído, conhecido como glutaral. Ele também pode ser encontrado em alisadores clandestinos. Em altas doses, pode causar queimaduras, dermatite química, inflamações, coceira, descamação e alergias graves. A inalação pode provocar bronquite e asma e, em casos extremos, pneumonia química (que pode levar à morte).
O glutaral é conservante - e não alisador - e só pode ser usado em cosméticos na concentração máxima de 0,1%. No caso do formol, esse valor é de 0,2%. Na internet, circulam anúncios de produtos à base de glutaral como alisador.
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira para Estudos do Cabelo, todos os alisadores quebram a queratina (a proteína do cabelo). O quanto vai quebrar é dose-dependente, ou seja, em altas concentrações pode destruir tudo e ficar impossível reconstruir. Isso acontece porque as pessoas acabam ultrapassando as concentrações permitidas.
Usado como conservante e na concentração permitida, o glutaral não causa danos à saúde. Entre as substâncias que podem ser empregadas como alisadores, estão o hidróxido de sódio, o hidróxido de cálcio e o tioglicolato de amônia. Mesmo os alisadores permitidos pela Anvisa agridem os fios. Eles abrem a cutícula, a camada mais externa, e mudam a estrutura química do cabelo. De acordo com especialistas, o ideal é esperar três meses entre cada aplicação.