Considerando que produtos cosméticos são de livre acesso ao consumidor, é esperado que os mesmos sejam seguros nas condições normais e previsíveis de uso. Segundo a Anvisa, os fabricantes são obrigados a informar na embalagem os riscos de acordo com as substâncias presentes em cada produto. A permissão ou contra-indicação ao uso de tinturas em mulheres grávidas deve estar claramente informada nas embalagens.
Vários estudos científicos têm sido realizados para avaliar a segurança das tinturas. Algumas pesquisas mostraram - através de testes feitos em camundongos - que substâncias presentes nestes cosméticos podem provocar o surgimento de tumores. Em seres humanos, a maioria dos estudos epidemiológicos não demonstrou risco à saúde.
Com relação à gravidez, existe controvérsia sobre os riscos do uso de tinturas, sejam elas permanentes, temporárias ou xampus tonalizantes. Uma vez que as substâncias químicas podem ser absorvidas pelo organismo através do couro cabeludo, passando para a corrente sanguínea da mãe, elas poderiam facilmente chegar até o feto através da placenta. Neste caso, o sistema nervoso da criança poderia ser afetado pela ação destas substâncias.
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Estudos clínicos averiguaram a relação entre a formação de tumores cerebrais em crianças nascidas de mães que usaram tinturas para cabelos. Tomados em conjunto, porém, estes estudos não comprovaram que o uso de tinturas de cabelos na gravidez aumenta o risco de desenvolvimento de tumores cerebrais nestas crianças.
Não há evidências científicas que contra-indiquem o uso destes produtos durante a gravidez, mas pelo risco potencial que algumas substâncias presentes nas tinturas podem apresentar, recomenda-se cautela no seu uso. O consumidor deve observar com rigor as recomendações do fabricante, e a mulher grávida deve seguir as recomendações recebidas do médico no pré-natal.
*Airton dos Santos Gon é dermatologista em Londrina (PR).