Das coisas possíveis de observar quando o tema são os relacionamentos de hoje, uma delas é a busca incessante (mesmo que inconsciente), de alguma fórmula para reaproximar casais e resolver questões que as pessoas não são capazes de resolver sozinhas. Especialistas e gurus discorrem sobre isso de diversas maneiras, propondo muitas vezes soluções mirabolantes.
Para o advogado, professor de direito da FDV (Faculdade de Vitória - ES) e escritor, Caleb Salomão, a solução para o restabelecimento ou fortalecimento dos laços de um casal pode ser muito mais simples. No livro Artigos Para Amar, ele traz uma série de reflexões sobre diversos questionamentos que envolvem as relações dos tempos atuais. A prática do ócio afetivo é sem dúvida uma das mais importantes.
"Artigo 19 – Toda Mulher tem direito a aproveitar momentos de ócio afetivo ao lado do seu Homem, sabendo que, nestes momentos, se multiplicam as sinapses do afeto."
Leia mais:
Precisa reduzir consumo de sal? Saiba como usar ervas e especiarias para dar sabor
Cinco exercícios simples para aliviar a cólica menstrual
Vai morar sozinho? Aprenda a lavar roupas com mais praticidade
Sete dicas para aproveitar as férias com as crianças não vacinadas
Contrapondo a complexidade da vida moderna, na qual muitas vezes não há tempo sequer de repassar o dia com o companheiro, o autor sugere o simples exercício do ócio afetivo, que por sua própria observação, é uma das primeiras pautas a cair, na ordem do dia a dia.
"Momentos de ócio afetivo são aqueles que – numa liturgia orientada pelo cuidado e delicadeza para com o ser do outro – induzem ao resgate da afetividade perdida em meio à lida existencial. Trata-se, em verdade, de um antidoto e de uma insurgência contra o consumo do tempo de vida do casal unicamente para fins pragmáticos (trabalho, projetos materiais e cuidados com a casa e os filhos) e de entretenimento, ocasião em que o casal – sem reconhecer que a vida a dois exige face a face constante – vai se refugiar na companhia de pessoas com os quais tem identidade de relacionamento", explica o autor no livro.
Ou seja: é preciso estar junto. Longe das obrigações do cotidiano, e não como uma rara ocasião. A arte da apreciação mútua tem de ser recorrente para ser natural, e ao ser natural, não ser apenas mera rotina: "Há enganos na interpretação de que à amante bastará uma noite de sexo de qualidade, um presente materialmente bem avaliado ou mesmo uma viagem paradisíaca a cada ano, entremeada com meses ou anos de convívio distrativo com amigos e parentes. O estado de contemplação exigido para que os espíritos permutem suas afetividades – convertendo sua energia individual ou coletiva em força conjunta para promover o amadurecimento da relação – deve ser vivido com uma regularidade capaz de acostumar os amantes à busca do outro, a quem pretendem destinar seus melhores sentimentos nos anos por vir."
Nada disso é relacionado a atitudes grandiloquentes, nem a uma profusão de palavras. Pode-se dizer, usando as palavras da escritora ítalo-brasileira Marina Colasanti, que o ócio afetivo de que trata Artigos para Amar é compatível com o silêncio: "(...) o diálogo amoroso é igualmente feito de silêncios. E não somente o silêncio de um enquanto ouve o outro, mas também os silêncios em que ambos, calados, continuam o seu discurso".
Com uma escrita influenciada por sua prática jurídica, que remete o texto de Artigos para Amar à "Declaração Universal dos Direitos Humanos", Caleb Salomão apresenta uma obra corajosa e essencial para os que buscam amar plenamente.
Serviço:
Artigos Para Amar
Preço: R$ 34,90
Editora Cognorama (www.cognorama.com.br)