A saúde sexual é um dos pilares básicos da qualidade de vida das pessoas. A busca do prazer, além da procriação para a manutenção da espécie, rege a sexualidade humana. Ao analisar o universo feminino, verificamos que a mulher está mais ativa e busca prazer em relações estáveis ou temporárias. Não interessa a opção sexual, prevenção e cuidado sāo as melhores recomendações.
Apenas como exemplo, segundo dados do Ministério da Saúde, as chamadas Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) atingem 10,3 milhões de brasileiros; desse total, 18% dos homens e 11,4% das mulheres não buscam atendimento médico. Dentro desse universo feminino que não busca atendimento especializado, as mulheres gays não se enxergam como populaçāo de risco para contrair uma DST, o que é um equívoco, já que a secreção vaginal, saliva e o sangue são veículos para a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis.
Por isso, praticar sexo de forma segura é a única forma eficaz de prevençāo. A professora e ginecologista Flávia Fairbanks alerta para os principais exames preventivos que devem ser realizados ao longo do ano por todas as mulheres:
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Papanicolau
Temido por muitas mulheres, acontece por meio da simples coleta do material do colo do útero. É introduzido um instrumento - o espéculo - na vagina que expõe a superfície do colo uterino e permite a coleta das células para análise em laboratório.
"O exame é primordial para as mulheres sexualmente ativas. Nele é possível diagnosticar câncer de colo uterino, neoplasias intraepiteliais cervicais, e também doenças sexualmente transmissíveis como tricomoníase e gonorréia. A identificação precoce evita a progressão para o câncer" – explica a Dra. Flávia.
Após dois anos de resultados normais, o Ministério da Saúde recomenda que o procedimento seja realizado com o intervalo de três anos, desde que não haja troca de parceiro sexual.
Exames de sangue e dosagens hormonais
Dra. Flávia alerta que essas análises verificam se os componentes e nutrientes do sangue estão normais e são importantes para analisar alterações hormonais, dando chance de promover um tratamento precoce.
"Exames como TSH e T4 livre vão identificar alterações nos hormônios tireoidianos. Outros testes como de glicemia, colesterol total e suas frações, triglicerídeos, creatina (avaliação da função renal), TGO e TGP (avaliação da função hepática) e hemograma completo também devem ser realizados de acordo com o caso da paciente, ressaltando que não precisam ser feitos todos os anos".
Mamografia e Ultrassom de Mama
A partir dos 40 anos, as mulheres devem realizar o exame para garantir a detecção precoce do câncer de mama. Já em mulheres entre 16 e 39 anos, é indicado o ultrassom de mama quando houver algum sintoma mamário ou achado suspeito no exame clínico anual realizado pelo ginecologista.
O exame clínico é realizado pelo médico no consultório e identifica apenas nódulos ou tumores que já atingiram ao menos um centímetro. A avaliação pela mamografia consiste em produzir uma imagem radiográfica, obtida por um aparelho de raio X chamado mamógrafo, explica a Flávia Fairbanks, e permite a detecçāo de tumores de poucos milímetros, com alta chance de cura.
Ultrassonografia pélvica e transvaginal
O procedimento detecta problemas no ovário, avalia o endométrio, a parede uterina e visa identificar possíveis alterações no órgão – "O exame de ultrassonografia pélvica transvaginal é recomendável sempre que houver alguma alteração no exame físico ou na investigação complementar das irregularidades menstruais e disfunções hormonais, também é indicado para pacientes com dificuldades para engravidar" – indica a ginecologista.
A visita periódica ao ginecologista e a realização de exames laboratoriais são poderosos aliados dos médicos para diagnosticar e prevenir doenças graves - "É importante que a paciente realize uma avaliação anual completa. Muitas mulheres só procuram o consultório quando sentem algum incômodo, mas é fundamental que a mulher faça a prevenção. Outra coisa que devemos atentar é o uso de preservativos que também evitam muitas doenças. A preocupação é muito grande tanto que o próprio Ministério da Saúde está em plena campanha de vacinação contra o HPV", conclui a médica ginecologista Flávia Fairbanks