Os cosméticos orgânicos, também conhecidos por cosméticos verdes, invadiram as prateleiras das farmácias e as necessaires de todo o Brasil. Entretanto, com preços de 30% a 45% mais caros que os produtos tradicionais, consumidores precisam ficar atentos com a procedência para não gastar dinheiro à toa, alertam especialistas.
Além disso, o uso de produtos de má qualidade pode causar alergias e até problemas mais sérios. Para ter certeza do que está comprando, a diretora do grupo Reserva Flora, Simone Valladares, aconselha ao consumidor que só adquira produtos certificados.
"Existe muita coisa de má qualidade e até mesmo produtos que se dizem orgânicos, mas não são. Para ser classificado como orgânico, o cosmético precisa ter, na sua composição, no mínimo 70% de matérias orgânicas, não pode conter derivados de petróleo, como óleo mineral, parafina e silicone. Também não deve ter derivados animais, como óleo de tartaruga, baleia e, acima de tudo, deve conter um selo de certificação, como o do IBD (Instituto de Biodinâmica) e o Ecocert", diz
Compensa?
As mulheres são as maiores consumidoras dos cosméticos verdes e, segundo a diretora do Reserva Floras, elas respondem por cerca de 70% das vendas. No geral, estas consumidoras têm entre 20 e 40 anos e pertencem às classes A e B.
Quem opta por cosméticos orgânicos, além de realizar uma compra consciente ecologicamente correta, quer também um produto de alta qualidade, completa Valladares. Entretanto, de acordo com a médica dermatologista e professora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Meire Brasil Parada, estes produtos não são tão milagrosos.
"Muitas vezes as pessoas gastam uma fortuna com os orgânicos, mas eles não têm essa potência toda. Eles funcionam, mas devem ser usados como complementos de algum tratamento", diz.