A maquiagem para os olhos é um hábito de vaidade de que poucas mulheres abrem mão. Mas, quando há exageros, os olhos sofrem. Duas em cada 10 mulheres sofrem de blefarite (inflamação palpebral) recorrente, segundo um levantamento feito nos últimos 12 meses pelo oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, com 126 pacientes na faixa etária de 30 a 45 anos.
O médico diz que o excesso de maquiagem pode provocar dois tipos de blefarite: a seborréica que corresponde a 70% dos casos e a alérgica que responde por 30%. Na seborréica, explica, o excesso de oleosidade da pele obstrui as glândulas de Meibômio, responsáveis pela produção da camada oleosa da lágrima que controla a evaporação do filme lacrimal. Já a blefarite alérgica inflama estas glândulas. Por isso, ambas são acompanhadas da síndrome do olho seco. Os principais sintomas são:
1. Vermelhidão e inchaço na borda das pálpebras;
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2. Coceira, queimação, olhos vermelhos e irritados;
3. Visão borrada que melhora ao piscar;
4. Excesso de lágrimas;
5. Sensibilidade à luz;
6. Caspa nos cílios.
"As maquiagens cremosas que contêm óleo na fórmula devem ser evitadas pelas mulheres que têm pele oleosa", alerta o médico. E isso não quer dizer que a aplicação de sombras em pó esteja liberada. Isso porque a boa respiração da pele evita a proliferação de bactérias existentes na flora da pele e superfície ocular, principal causa da blefarite.
Entre os erros mais comuns cometidos por quem tem pele oleosa, ele destaca o uso de cremes inadequados, dormir maquiada e esfregar as pálpebras vigorosamente. Outros fatores que favorecem o aumento da oleosidade, bactérias e alergia são a poluição, tempo seco, doenças auto-imunes e a troca constante de produtos, destaca.
Como proteger os olhos
Queiroz Neto afirma que a reincidência da doença é a maior ameaça para a saúde dos olhos: ao aumentar o risco de infecções oculares, pode causar alterações na superfície da córnea e abscessos na borda da pálpebra terçol e calázio. Do ponto de vista da beleza a inflamação persistente da pálpebra provoca a despigmentação, afinamento e queda dos cílios. As recomendações do médico para prevenir o retorno da doença são:
1. Sentindo desconforto, evite a maquiagem;
2. Limpe a pálpebra duas vezes por dia com solução específica para blefarite (consulte um oftalmologista para encontrar a fórmula ideal para você);
3. Diariamente aplique nas pálpebras fechadas 2 a 3 compressas quentes feitas com água filtrada;
4. Massageie a pálpebra com movimentos circulares e horizontais 2 vezes por semana;
5. Interrompa o uso de lente de contato.
O tratamento medicamentoso pode exigir aplicação de lágrima artificial, corticóide, antibiótico tópico ou em comprimidos, mas deve ser feito sempre sob supervisão médica.