Pesquisadores americanos afirmam que a simples verificação do pulso de uma mulher em repouso pode prever a probabilidade de a paciente sofrer um ataque cardíaco.
Os pesquisadores da companhia farmacêutica AstraZeneca analisaram os registros de cerca de 129 mil mulheres que já tinham passado pela menopausa e que não tinham histórico de problemas cardíacos.
Eles descobriram que aquelas com os batimentos cardíacos mais acelerados tinham uma probabilidade significativamente maior de sofrer um ataque cardíaco do que as mulheres com batimentos mais baixos.
A associação feita pelo estudo, no entanto, foi mais fraca do que a feita com consumo de cigarros ou diabetes. Entretanto, os pesquisadores afirmaram que a importância desta associação é "grande o bastante para ter significado clínico".
Estudos anteriores mostraram que batimentos cardíacos poderiam prever problemas coronários em homens.
A pesquisa foi publicada na revista British Medical Journal.
Pesquisa de sete anos
Os pesquisadores da AstraZeneca avaliaram mulheres com mais de 50 anos e acompanharam a vida destas por cerca de sete anos.
Neste período eles descobriram que as mulheres sofreram 2.281 ataques cardíacos (fatais e não fatais) e 1.877 derrames.
As mulheres com os batimentos cardíacos mais rápidos em repouso, mais de 76 batimentos por minuto tinham 1,6 vezes mais chance de sofrer um problema coronário quando comparadas com aquelas com batimentos cardíacos mais baixos em repouso, abaixo de 62 batimentos por minuto.
Esta relação era ainda mais forte em mulheres mais jovens que já tinham passado pela menopausa.
As mulheres com batimento cardíaco mais acelerado estavam acima do peso, apresentavam pressão alta, colesterol alto e alto consumo de gorduras saturadas, assim como a incidência de diabetes, fumo e depressão.
As mulheres com os batimentos cardíacos mais baixos eram mais ativas, mas também consumiam mais bebidas alcoólicas do que as outras.
A pesquisa "acrescenta o batimento cardíaco aos inúmeros outros fatores de risco conhecidos que influenciam as chances de um ataque cardíaco", afirmou o professor Peter Weissberg, diretor médico da organização britânica British Heart Foundation.
"O batimento cardíaco de uma pessoa muda de minuto a minuto em resposta a atividades e emoções, então as pessoas não deveriam supor que, se seu batimento cardíaco está alto em um momento em particular, elas correm o risco de sofrer um ataque cardíaco", acrescentou.