Seja um desencontro, um desamor, um acidente ou um aviso de demissão. Muitos podem ser os sofrimentos e as perdas que nos atingem, quase sempre inesperadamente, e a maneira como aprendemos a lidar com eles é que faz toda a diferença em nossa vida e na vida das pessoas mais próximas.
Em seu livro o "Mapa da Felicidade", a especialista em autoconhecimento e inteligência comportamental, Heloísa Capelas, fala sobre a dor do luto, causada por qualquer sofrimento. Segundo os psiquiatras, essa dor deve durar entre três meses a um ano, passado esse período, o sentimento pode ser considerado patológico.
Já a pesquisa feita por dois cientistas da Universidade de Leuven, na Bélgica, também comenta que a tristeza é o sentimento que mais permanece em nós: ultrapassa três dias. O estudo avaliou 27 emoções e demonstrou que tudo passa, o desespero, o ódio, o tédio, a alegria, a vergonha, mas a mania de ficar remoendo os fatos ruins faz a tristeza durar muito mais tempo.
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De acordo com Heloísa, isso acontece porque o mais cômodo é a pessoa alimentar o que é ruim, sofrer por isso e deixar a negatividade entrar, assumindo o papel de "vítima".
Sua vida inteira não precisa desabar pelo sofrimento de uma dor ou de uma tristeza. Perdeu um amor, seu parceiro ou parceira trocou você; seu marido morreu, sua mãe morreu, resultam em um sofrimento amoroso, entretanto, seu lado profissional, suas relações com os filhos ou com os colegas de trabalho ainda estão íntegras.
"É importante saber viver a dor no momento em que ela surge e não fugir dela ou culpar os outros, fazendo com que o fato ruim dure por muito tempo. Por isso, precisamos ter positividade para suportar dores e tristezas, mas não se perder dentro delas", afirma a especialista.
Para a autora, ser positivo te faz sofrer a dor presente, mas também te mostra que ainda há algo em você capaz de trazer felicidade ou prazer, mesmo passando por um momento difícil. "É importante saber que é só um pedaço de você que está com muita dor. Ao perder o emprego, por exemplo, normalmente você chega em casa descontando em todo mundo, no cachorro, na companheira ou companheiro, nos pais, nos filhos. Ou seja, em quem não têm nada a ver com a situação. A pessoa que é positiva vai sentir que perdeu o rumo, mas só por um período. Por isso, ela vai avisar a família que está triste, que vai dormir mais cedo, que precisa chorar, ficar sozinha, mas não vai maltratar as pessoas. Vai entender que aquela dor é dela".
E como despertar tanta positividade no dia a dia, mesmo diante de situações difíceis? "Você alcança essa positividade quando encontra aquilo a que chamo de maior amor do mundo, o amor-próprio, que instala em nós a vontade de fazer o melhor por nós mesmos. Simultaneamente as relações com todos os que estão a nossa volta ganham em qualidade, amorosidade e compaixão. Por isso, seja positivo e saiba que tudo se realiza, primeiro dentro de você", finaliza Heloísa.