A cirurgia plástica está se tornando cada vez mais comum – seja pelos métodos menos invasivos ou pelas facilidades de pagamento. Colocar silicone nos seios, fazer uma lipoaspiração ou uma abdominoplastia não é mais para poucos. "A tecnologia tem contribuído muito para o aumento no número de intervenções realizadas. O paciente quer ficar bonito, mas afetando o mínimo possível a sua saúde", destaca o médico Alderson Luiz Pacheco, especialista em cirurgia plástica e mestre em Princípios da Cirurgia utilizando o laser.
Ao pensar em mudar alguma parte do corpo, a pessoa deve lembrar-se da importância de escolher um profissional qualificado. Antes mesmo de decidir qual plástica fazer é preciso ter um potencial cirurgião em mente. "A principal recomendação é buscar referências. Não importa se o médico tem o melhor currículo e o site mais bonito da internet, o principal fator que deve ser levado em consideração é a opinião de pessoas que já foram atendidas por ele. Os pacientes são o termômetro do trabalho dos cirurgiões e exemplos que mostram se o profissional é bom ou não", ressalta.
Pacheco explica que a participação dos cirurgiões plásticos em palestras, congressos, jornadas e cursos é fundamental para enriquecer o conhecimento. Além disso, estes eventos proporcionam a oportunidade de discutir assuntos importantes, como os perigos da banalização da plástica. "Nós sempre debatemos os casos de aberrações, que normalmente acontecem por maus profissionais, que não são capacitados e nem qualificados para realizar este tipo de procedimento", relata o médico, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
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Algumas precauções ajudam a evitar enrascadas. Os pacientes podem consultar o nome do médico no site www.cirurgiaplastica.org.br e verificar a sua formação. Somente profissionais graduados em medicina, com especialização em Cirurgia Plástica - ramo da Cirurgia Geral – estão habilitados a fazer intervenções cirúrgicas deste tipo. "Cirurgiões plásticos que não fazem parte da SBCP também não são recomendados", alerta Pacheco, que atua na Clínica Michelangelo de Cirurgia Plástica, em Curitiba.
Outra recomendação é verificar as especialidades do médico registradas no Conselho Regional de Medicina (CRM). Se não houver qualificação na área desejada, o ideal é não se arriscar e procurar outro profissional. "Esta orientação é válida para qualquer outra especialidade da medicina. O paciente deve ficar atento a quem afirma ter vários registros, pois o CRM aceita o registro de apenas duas especialidades. Com o nome completo do médico é possível obter estas informações no site do CRM e ficar com a consciência tranquila", afirma.
De olho na clínica ou hospital
Após confirmar a qualificação do cirurgião plástico, o paciente deve analisar as condições oferecidas na clínica ou hospital. O estabelecimento deve, obrigatoriamente, possuir equipamentos que são utilizados em casos de emergência. "No hospital o paciente se sente mais seguro devido a UTI, mas por outro lado nas clínicas liberadas pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) o risco de contaminação ou infecção é bem menor. De qualquer forma, o centro cirúrgico de uma clínica deve possuir todo o material e equipamentos existentes dentro da UTI", esclarece.
Todos estes cuidados são necessários, já que a cirurgia plástica implica em riscos como qualquer outro procedimento. Infecções, tromboelismo pulmonar, trombose venosa profunda e reações à anestesia são alguns problemas que podem ocorrer. "Antes da cirurgia é imprescindível que seja realizada uma consulta pré-anestésica. Se todas as medidas preventivas forem tomadas e todos os recursos disponíveis para assegurar o adequado andamento cirúrgico forem utilizados, os riscos são mínimos para o paciente", acrescenta.