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Longe da dor

Cuca fresca: veja dicas para evitar crises de enxaqueca

Redação Bonde
14 nov 2012 às 10:53

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- Reprodução
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Boa parte da população mundial sofre de enxaqueca, a mais comum das dores de cabeça. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a moléstia é a 19ª que mais incapacita o ser humano. Sua prevalência no Brasil é de 15%, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cefaleia, e representa 35% das consultas neurológicas. A enxaqueca é três vezes mais comum nas mulheres do que nos homens e, embora não tenha cura, é possível conviver com ela e evitar as crises.

O estresse da vida moderna muitas vezes enche a cabeça de preocupações e prejudica a qualidade de vida. Além disso, alimentação desregrada, abuso de bebidas alcoólicas, repouso insuficiente e, nas mulheres, oscilações hormonais cíclicas são fatores que, associados ou não a uma predisposição familiar, podem funcionar como gatilhos para crises de enxaqueca.

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Embora a real causa da enxaqueca ainda seja desconhecida, acredita-se que fatores genéticos e do cotidiano estejam associados à sua etiologia. Uma das hipóteses sugere possíveis alterações em regiões do tronco cerebral responsáveis pelo controle da dor, e em suas conexões com o nervo trigêmeo, principal via que conduz estímulos dolorosos provenientes da cabeça. Essas alterações baseiam-se em um desarranjo dos neurotransmissores, incluindo a serotonina, um dos mediadores envolvidos na regulação da dor no sistema nervoso. "A serotonina está diminuída nas crises de enxaqueca, o que pode levar à liberação de substâncias chamadas neuropeptídeos pelo nervo trigêmeo, desencadeando todas as mudanças cerebrais e neurovasculares que ocorrem na enxaqueca", explica o neurologista Aurélio Dutra, coordenador do Centro Diagnóstico Integrado de Neurologia e Medicina do Sono do Fleury Medicina e Saúde.

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Enxaqueca é sinônimo de dor de cabeça?

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A dor de cabeça ou "cefaleia" é um sintoma que pode ter diversas etiologias, ou seja, pode ser desencadeada por diversos fatores. A enxaqueca é um dos tipos de dor de cabeça, com mecanismos próprios. Com base na descrição clínica e nos sintomas associados, é possível fazer o diagnóstico de enxaqueca.


Quem tem esse tipo de cefaleia, habitualmente descreve a dor como pulsante ou em pontadas, acometendo um dos lados da cabeça, podendo, contudo, afetá-la por inteiro. A dor varia de moderada – quando causa incômodo e atrapalha as atividades do dia a dia – a intensa, capaz de impossibilitar as suas atividades diárias. Associada à dor, é comum que essas pessoas refiram sensibilidade à luz (fotofobia) ou ao som (fonofobia). Além disso, as crises podem vir acompanhadas por náuseas e vômitos, e chegam a durar até dois dias. Alguns indivíduos apresentam "aura", isto é, sintomas que precedem o início da dor, frequentemente caracterizados por alterações visuais, como visualização de pontos cintilantes ou mesmo a perda temporária da visão, principalmente na região periférica do campo visual. As crises são episódicas, recorrentes e com frequência muito variável. Há pessoas que relatam ter enxaqueca diariamente. Outras, uma vez por ano.

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No momento da crise, a dica é procurar um local tranquilo e com pouca luz e seguir as orientações médicas, incluindo os medicamentos prescritos para interromper a crise.


Quais são os sintomas?

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• Dor pulsante e intensa de um dos lados da cabeça;
• Náusea e/ou vômito;
• Sensibilidade à luz e ao som;
• Sensação de cansaço ou confusão mental.


Como se faz o diagnóstico?

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Segundo a Academia Brasileira de Neurologia, 93% dos casos de enxaqueca recebem diagnósticos imprecisos. Por isso, ao ter dores de cabeça, é preciso procurar um médico especialista em cefaleia. Não há outra forma de solucionar a questão a não ser buscar um neurologista e contar a ele como é a dor, sua frequência, intensidade e duração. Uma boa conversa, um exame físico cuidadoso e alguns exames complementares podem, inclusive, afastar outras causas de cefaleia.


Quais são os tratamentos?

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Há muitos tratamentos disponíveis para a enxaqueca, divididos basicamente em duas categorias: os que agem durante a crise e os preventivos. Para ambos os tipos, utilizam-se medicamentos com diversos mecanismos de ação. Existe ainda a possibilidade da indicação da acupuntura, associada ou não aos medicamentos. E quem sofre com a enxaqueca não deve desanimar se os resultados de determinado tratamento não forem efetivos de imediato. "Às vezes, o primeiro medicamento não controla a dor e é preciso mudar", afirma Dutra.


Como evitar as crises?

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• Se você tem dores de cabeça, procure um especialista para definir se tem enxaqueca;


• Evite tomar medicamentos por conta própria, principalmente se estiver necessitando deles diariamente;


• É muito importante lembrar-se do medicamento preventivo, pois é com ele que você pode evitar a dor;


• Para o seu corpo se beneficiar com as ações de endorfina e serotonina, faça regularmente uma atividade física de que você goste;


• Uma boa noite de sono e, se conseguir, alguns minutos de cochilo durante o dia são também medidas favoráveis;


• Evite ficar muitas horas sem comer;


• Evite recorrer ao cafezinho para "enganar" o estômago.


Quais são os riscos da automedicação?


Existem vários medicamentos sintomáticos para o controle da enxaqueca. Durante a crise, você corre o risco de ceder aos apelos das propagandas, ou pede uma sugestão de remédio a um amigo, e se medica por conta própria. Saiba que, se isso traz um alívio imediato, pode se transformar em um grande problema no futuro. O abuso de analgésicos acaba causando outro problema muito sério: a cefaleia crônica diária. "Essa cefaleia é muito mais difícil de ser tratada do que a enxaqueca porque modifica a reação do corpo às medicações e principalmente à dor. Se a pessoa não toma o remédio ou se o efeito do medicamento passa, a dor volta", alerta Dutra.


Existem alimentos que podem desencadear a enxaqueca?


Algumas substâncias, como o abuso da cafeína, por exemplo, facilitam o aparecimento da enxaqueca. Vários alimentos podem ser considerados desencadeantes de enxaqueca: queijos, iogurte, vinagre, nozes, amendoim, abacate, picles, laranja, limão, abacaxi, bebidas alcoólicas (em especial o vinho tinto), azeite extravirgem, carnes enlatadas, embutidos, chocolate, aspartame, café, chá e molho de soja são alguns deles. Entretanto, muitas vezes é difícil comprovar a associação dessa relação que deve ser, em sua maioria, individualizada.


Fazer atividade física ajuda?


Os exercícios físicos também podem ajudar a evitar as crises de enxaqueca (embora durante a crise não seja bom se exercitar). A atividade física aeróbica reduz também o estresse e ajuda a prevenir a enxaqueca. Sempre inicie o exercício de forma leve e aqueça devagar. Ao movimentar o corpo, são liberadas no organismo endorfina e serotonina, substâncias que trazem bem-estar e auxiliam no combate à dor. Além disso, considerando que a obesidade também é um fator relacionado às crises de enxaqueca, a atividade física regular lhe ajudará a manter ou reduzir seu peso.

Serviço:
Fleury Medicina e Saúde (www.fleury.com.br)


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