A endometriose é uma doença crônica, sem cura, cujas causas são ainda desconhecidas. Afeta de 10% a 15% de mulheres em idade fértil, com maior prevalência na faixa etária de 20 a 40 anos. Sabe-se que sua origem está relacionada a alterações imunológicas, genéticas e hormonais, e pesquisadores identificaram alguns fatores de risco que parecem estar associados à presença de endometriose, como a primeira menstruação precoce, gestações tardias e o tempo muito longo entre a menarca e a primeira gravidez.
Surgimento da endometriose
Durante a menstruação, ocorre o desprendimento do endométrio e a doença surge quando células deste tecido erram o caminho e podem entrar na cavidade abdominal, alojando-se em vários órgãos, sendo as trompas, os ovários, a região externa do útero (peritônio), a bexiga e os intestinos os mais afetados. Os focos do endométrio continuam sendo alimentados e estimulados pelo estrogênio, fazendo com que cresçam e sangrem todos os meses durante a menstruação, o que pode causar dor e desconforto. Além de provocar dor durante o ato sexual, a endometriose também pode obstruir as trompas causando infertilidade.
Principais sintomas
Os principais sintomas da endometriose são dificuldade para engravidar, cólicas menstruais de intensidade variada, alterações intestinais durante o período menstrual (intestino muito solto ou muito preso e dor ao evacuar), dores contínuas na barriga, independentemente da menstruação, durante as relações sexuais e ao urinar - podendo ocorrer sangramentos durante a menstruação.
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Segundo o doutor Eduardo Motti, diretor do núcleo médico do Aché Laboratórios, "nem toda cólica menstrual é normal", explica. "Muitas vezes, esta ideia de normalidade acaba mascarando os sintomas da doença e a mulher acaba sendo subdiagnosticada", diz. Por isso, é importante dar atenção às cólicas menstruais se forem realmente incômodas, conversar abertamente com seu médico, investigar as causas e ouvir a opinião de outros especialistas.
Vale destacar ainda que algumas mulheres com endometriose não apresentam nenhum sintoma, e muitas vezes só irão descobrir a doença quando estiverem encontrando dificuldade para engravidar.
Tratamentos modernos
Para o doutor Motti, "a endometriose é uma doença um tanto desconhecida do clínico-ginecologista. Muitos sentem dificuldade para identificar os sintomas e desconhecem os novos tratamentos disponíveis".
Como uma consequência do não tratamento é a infertilidade, e muitos hábitos modernos – como começar a tomar anticoncepcionais muito cedo – mascaram os sintomas da doença dificultando ainda mais o diagnóstico, é importante que a endometriose seja amplamente discutida e os novos tratamentos divulgados.
Entre os tratamentos modernos disponíveis hoje em dia está o dienogeste hormônio desenvolvido especialmente para a endometriose que está disponível no mercado há cinco anos. Sua ação é de bloqueio da menstruação e redução dos focos e lesões da endometriose, evitando assim dores e reações causadas pela condição.