Calor, umidade e transpiração formam o ambiente ideal para o surgimento da candidíase vaginal. A infecção é causada principalmente pelo fungo Cândida albicans, que pode ser encontrado no trato gastrointestinal, na região que circunda o ânus e na vagina. O controle do seu crescimento depende da presença de outros microorganismos na flora vaginal normal. Se houver um desequilíbrio e o fungo se procriar em excesso, pode provocar coceira e irritação, corrimento esbranquiçado, dor ao urinar e nas relações sexuais.
"O calor, que aquece a região e altera a acidez vaginal, e a umidade levam à proliferação do fungo. Por isso, a incidência costuma ser maior no verão, quando as pessoas ficam mais tempo com biquínis e maiôs molhados", explica a ginecologista do Hospital Professor Edmundo Vasconcelos, Soraya Gomes de Amorim Andrade.
A candidíase também pode ser causada pelo uso de antibióticos ou anticoncepcionais orais, que provocam queda na resistência do organismo, roupas apertadas, meia-calça e calcinhas de material sintético e falta de higiene. Pacientes com deficiência do sistema imunológico, como diabéticos, portadores do vírus HIV e câncer são bastante sensíveis a essas infecções.
De acordo com a especialista, o diagnóstico é simples. O relato do paciente e o exame com o uso do espéculo conseguem identificar o fungo. "Independentemente do sexo, qualquer pessoa pode ter candidíase. Entretanto, mulheres que têm queda da imunidade estão mais sujeitas à infecção, assim como grávidas, por conta do aumento dos níveis de estrogênio, que tornam o meio vaginal favorável", afirma a ginecologista.
O tratamento da candidíase é medicamentoso, geralmente com cremes vaginais, e em casos mais resistentes, também por via oral, com comprimidos. "Para pacientes jovens, banhos de assento e sabonetes específicos são ideais e, em último caso, comprimidos via oral. Crianças e adolescentes devem evitar os comprimidos, por causa dos efeitos colaterais, que podem gerar problemas no fígado e estômago", diz a especialista.
A candidíase pode acometer o casal. A paciente muito infectada pode transmitir para o parceiro, que pode estar com queda de imunidade no momento. O parceiro sexual pode apresentar sintomas como coceira ou irritação no pênis. Por isso, é aconselhável evitar relações sexuais até que a infecção seja controlada. Para o tratamento dos homens, indica-se medicamentos anti-fungos por via oral.