Neste ano, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o verão começa oficialmente às 02h30, do dia 22 de dezembro. E além dos efeitos terríveis das chuvas, o brasileiro precisa se preocupar com o calor, que exige uma série de cuidados com a saúde para que a exposição ao sol não se transforme em dor de cabeça.
"Primeiro é preciso saber que todas as pessoas, independentemente da raça ou etnia, sofrem com a exposição excessiva ao sol. Por isso, a dica é evitar o bronzeamento e utilizar sempre algum tipo de proteção quando for realizar atividades ao ar livre", aconselha a dermatologista Cristine Carvalho.
A prática de se deitar ao sol deve ser abandonada. "A mudança de cor da pele ou o tom bronzeado, após a exposição ao sol, é uma defesa do organismo, uma resposta a uma agressão, que provoca alterações que vão desde rugas e manchas até o aparecimento do câncer de pele, principalmente devido à exposição contínua ao sol", esclarece a médica.
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Segundo a dermatologista, é preciso evitar a exposição ao sol no período entre 10 horas da manhã e 4 horas da tarde, quando a intensidade dos raios solares atinge seu máximo. Crianças, idosos, pessoas de pele clara e que fizeram tatuagem ou apresentam cicatrizes recentes são os que mais sofrem com a radiação solar.
Sol, com proteção
Nos Estados Unidos, a maioria da população passa grande parte do dia dentro de casa ou se deslocando em carros particulares. Por isto, por lá, a proteção - ou a falta dela - oferecidas pelas janelas de casa ou do carro já se tornaram uma questão de saúde pública. E em combinação com as questões de economia de energia, Governo e sociedade têm estimulado o desenvolvimento de vidros para automóveis, edifícios comerciais e residências com fotoproteção.
"Por aqui, para ir à praia ou trabalhar sob o sol, é preciso usar filtro solar com fator de Proteção Solar (FPS) maior que 35, esta é a proteção mínima diária preconizada pelo GBM, Grupo Brasileiro de Melanoma. O uso do fator 35 é considerado de amplo espectro contra os raios ultravioletas dos tipos UVA e UVB e bloqueia 93% da radiação incidente. Mesmo em dias nublados, cerca de 80% dos raios UV atravessam as nuvens e a neblina. O ideal é aplicar uma porção equivalente a mais ou menos 2 gramas (e não 0,5 g como se costuma fazer) de protetor solar", explica Cristine.
É preciso cuidado também com a luz refletida, pois a luz do sol reflete na areia, na neve, nas salinas, no concreto e na água, atingindo a pele, mesmo na sombra. "Por isto, mesmo usando o protetor solar é aconselhável usar chapéu com aba para cobrir as orelhas, óculos escuros (que protejam contra o ultravioleta) e guarda-sol de náilon", diz a dermatologista.
Barqueiros, surfistas e pescadores devem ser especialmente diligentes porque a água é um potente refletor de radiação UV. Já os nadadores devem reaplicar o protetor solar e colocar os óculos de sol, logo ao saírem da água.
Nada de bronzeador caseiro
"Durante a exposição solar não é aconselhável a utilização de produtos com perfumes ou outros produtos não específicos, como receitas para descoloração dos pêlos. Eles devem ser evitados, pois podem promover queimaduras e aumentar os casos de alergia, além de não protegerem contra os efeitos das radiações solares", orienta a diretora do CDE – Centro de Dermatologia e Estética.
"E quando o assunto é bronzeamento é preciso saber que lâmpadas de UV, câmaras e pílulas de bronzeamento podem ser perigosos. É importante utilizar somente produtos aprovados pela Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. No caso do filtro solar, apenas os produtos de uso tópico, em forma de creme, gel ou spray, são autorizados como cosméticos", explica.
A população também deve ficar atenta às fórmulas caseiras de bronzeadores, pois estes produtos oferecem riscos à saúde. "Apenas a indústria está habilitada a fabricar e oferecer esse tipo de produto às pessoas. Quando usamos fórmulas caseiras, estamos nos expondo a um risco desconhecido e sem controle. Por isto, qualquer reação adversa provocada por produtos cosméticos, após a exposição solar, deve ser comunicada imediatamente a um dermatologista", alerta a médica.
Depois do sol
Após o período de exposição ao sol, é preciso hidratar bem a pele, para restaurar a umidade perdida, evitando o seu ressecamento. "O sol em excesso pode também desidratar e provocar queimaduras. Um problema comum no verão é a insolação. O primeiro sintoma é o desconforto. A pele fica dolorida e a pessoa pode apresentar vômitos, perda de apetite, febre e náuseas. Diante destes sintomas, o melhor é procurar imediatamente um dermatologista", orienta Cristine.
Nos casos de desidratação, além de procurar um médico, é preciso aumentar a ingestão de líquidos como água, chás, sucos, água de coco e até mesmo do soro oral.
Prevenção na infância
Como 50% da nossa exposição total à luz solar ocorre durante a infância é particularmente importante proteger as crianças de danos à saúde provocados pelo sol. É importante que a exposição ao sol ocorra de forma correta desde o início, porque as radiações têm efeito cumulativo. Os cuidados descritos anteriormente devem ser adotados já com os bebês, para evitar um mal maior na fase adulta.
"Os bebês devem ficar protegidos sempre que expostos ao sol, inclusive quando estiverem na cadeirinha, dentro do automóvel. Durante os passeios ao ar livre é preciso usar sempre sombrinhas no carrinho, além de proteger as crianças com chapéus e roupas apropriadas. Para usar protetor solar em crianças menores de seis meses de idade é preciso consultar o dermatologista, antes", explica.