O Dia da Gestante, celebrado nesta quinta-feira (15), representa uma data especial dedicada a todas as futuras mães que buscam valorizar a maternidade e promover a educação sobre os cuidados necessários durante a gravidez.
Pensando na data, é importante que as gestantes reflitam sobre a importância de cuidados especiais durante a gravidez, sendo uma planejada ou inesperada. Existem algumas dicas que podem ajudar as futuras mães a passar por esse período tão conturbado, marcado por mudanças e expectativas.
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“Tudo o que é feito durante a gestação proporciona que ela seja mais leve ou mais preocupante. Por isso, informação é essencial, já que permite a prevenção de complicações, levando a um processo mais saudável e tranquilo”, destaca Renata Lopes, ginecologista e obstetra da Maternidade São Luiz Star, da Rede D'or.
Confira um guia prático com 12 dicas:
Planejamento
A missão de gerar uma nova vida começa ainda no período das tentativas. De acordo com a especialista, uma das consultas mais importantes é a pré-concepcional, aquela em que a mulher avisa seu médico que planeja engravidar
De acordo com ela, é muito importante que sejam realizados exames de rotina e outros específicos, de acordo com cada quadro clínico para que o médico já promova saúde e as condições ideais para o desenvolvimento desse bebê. "São itens como checar imunidade, tratar infecções silenciosas ou doenças pré-existentes, evitando complicações durante o processo gestacional."
Suplementação
A ginecologista aponta que a suplementação deve começar no processo de planejamento, com ao menos três meses de antecedência das tentativas. Estudos apontam que isso pode evitar até 80% dos casos de malformação do sistema nervoso central e do coração do bebê.
“Para aqueles que não conseguiram planejar, a orientação é fazer a suplemenatação durante a gravidez, de forma mais rápida possível. Nunca é tarde para a informação salvar a gestação”, enfatiza.
Estilo de vida
Adotar hábitos saudáveis é essencial para ajudar a mãe a manter um peso ideal, auxiliando também na prevenção da pré-eclâmpsia, principal causa de morte materna, diabetes gestacional e outras doenças.
Há ainda a preocupação com alimentos que apresentam maior risco para infecções congênitas, como a toxoplasmose, como saladas mal higienizadas ou gelo feito a partir de água não filtrada.
Por isso, uma alimentação equilibrada, rica em frutas, legumes, proteínas magras e grãos integrais, combinada com hidratação adequada, são fundamentais. A prática regular de exercícios, como musculação, caminhadas e ioga, também é recomendada pela especialista para controlar o ganho de peso e melhorar o humor, preparando o corpo para o momento do parto.
O estresse também causa um impacto significativo no binômio mãe-bebê, aumentando o risco de pré-eclâmpsia e prematuridade. Por isso, apoio psicológico é essencial para a gestante se sentir segura, além da adoção de medidas voltadas para bem-estar e relaxamento, como mudanças na rotina, espiritualidade, terapias e momentos de lazer.
Saber o que pode, e o que não pode
Um dos principais tópicos das consultas de pré-natal é a gestante saber o que ela pode e não pode fazer, já que existem muitos mitos em torno desse tema. Os principais pontos de atenção são em relação às bebidas, alimentos, medicamentos e cosméticos, que podem conter substâncias que prejudicam o desenvolvimento do bebê.
“Dados mostram que 15% das grávidas ainda fazem uso de alguma quantidade de álcool durante a gestação. É importante destacar que a placenta não filtra o álcool e nenhuma quantidade é segura. Além dos exames, é importante repassar os pilares de estilo de vida e fazer ajustes. Na dúvida, consulte o seu médico”, orienta a especialista.
Acompanhamento pré-natal
O pré-natal é essencial para monitorar a saúde da mãe e do bebê. Consultas regulares com o obstetra permitem a detecção precoce de possíveis complicações para ambos, como a pré-eclâmpsia, uma complicação que tira a vida de 500 mil bebês e 70 mil mulheres ao ano no mundo, e a diabetes gestacional. Além disso, proporciona o acompanhamento do crescimento do bebê, evitando complicações tanto na gravidez quanto no parto.
Exames essenciais
Realizar os exames recomendados durante a gestação é crucial para acompanhar o desenvolvimento do bebê e a saúde da mãe, além de proporcionar tratamento precoce de eventuais doenças.
A médica explica que entre os exames essenciais estão o ultrassom morfológico, ecocardiograma fetal, hemograma, teste de glicemia e o “teste do cotonete”, que tem como objetivo checar a presença da bactéria Streptococcus, evitando infecção neonatal.
Saúde emocional
Cuidar da saúde mental e emocional é tão importante quanto cuidar da saúde física. “A gestação é um período de muitas mudanças emocionais. Praticar atividades relaxantes e manter um bom círculo de apoio pode fazer toda a diferença para o bem-estar da mãe e, por consequência do bebê”, enfatiza Renata Lopes. Como já destacado, uma das principais complicações durante a gestação é a pré-eclâmpsia, que está relacionada com o aumento da pressão arterial.
Sono de qualidade
a grávida que dorme mal desregula a produção de cortisol e melatonina, o que aumenta a incidência de complicações. Há muitas coisas que podem ser feitas para ajudar e melhorar a qualidade do sono, como criar um ambiente tranquilo, higiene do sono, posições confortáveis, entre outros.
Vacinação em dia
Manter as vacinas atualizadas é fundamental para proteger a saúde da mãe e do bebê. Alguns imunizantes são especialmente recomendados, como gripe, hepatite B e coqueluche, principalmente em momentos de surtos. Os principais imunizantes são disponibilizados no SUS (Sistema Único de Saúde) de forma gratuita, basta procurar uma unidade básica de saúde próxima ao seu domicílio.
“As vacinas auxiliam na formação de anticorpos que serão passados para o bebê por meio da placenta, protegendo-o principalmente nos primeiros meses de vida”, explica Renata Lopes. Mas atenção, algumas vacinas não podem ser aplicadas durante a gestação, por isso, a fase de planejamento é tão importante.
Rede de apoio
O processo gestacional e o pós-parto/puerpério são cercados por expectativas e desafios, por isso, contar com o apoio de familiares e amigos também é importante para uma gestação tranquila.
“Quando o bebê nasce há uma mudança brusca na rotina. Tendo apoio para atividades secundárias, a mãe consegue se dedicar melhor aos cuidados com o bebê e se sentir menos sobrecarregada. Além disso, estar perto de quem se ama também é essencial para a saúde mental”, aconselha a obstetra.
Opções de parto
Escolher a via de parto ideal é uma decisão importante e a informação é o principal antídoto contra o medo e a insegurança. Saber as diferenças entre parto normal e cesárea, entender os prós e contras de cada tipo e avaliar as opções de analgesia são essenciais para esclarecer mitos e dissolver medos infundados.
Nesse processo, a obstetra destaca a importância do Plano de Parto, documento em que a mulher repassa todos os itens junto ao médico, tirando dúvidas e definindo suas preferencias para direcionar a equipe médica no dia do nascimento.
“Com essas informações a gestante vai muito mais segura para o momento do parto. Vale citar que 20% das mulheres em trabalho de parto evoluem para uma cesariana, mas com informação, ela não se sentirá frustrada ou desrespeitada e sim mais segura e confiante na assistência prestada”, enfatiza.
Escolha da maternidade
A escolha da maternidade é um passo fundamental para garantir uma experiência de parto segura e tranquila. É importante que a gestante visite a maternidade previamente, conheça as instalações e se informe sobre a equipe médica.
“É importante checar questões de estrutura e acolhimento. Por exemplo, se a maternidade oferece uma boa infraestrutura e espaço físico, se possui equipe especializada e alinhada às melhores práticas, se está preparada para emergências e conta com suporte neonatal, se apoia a amamentação e respeita o plano de parto”, orienta a especialista.