Olá, amigos do esporte! Nós, torcedores do futebol paranaense estamos com medo. Tememos o medo de nossos times. Medo que os paralisa, que faz o técnico escalar defensores demais. Tememos o medo de nossos atacantes na frente do gol. Para eles, o goleiro adversário transforma-se em um terrível gigante e a bola transmuta-se em rocha, em peso puro. Tememos o temor dos nossos meios-de-campo que temem errar passes de cinco metros e por isso não arriscam passes de 20, 30 ou 40 metros. Tememos o medo de nossos atletas ao apito do árbitro, um trinar mais arrepiador que o uivo da morte.
Tememos a pequenez psicológica, psicossomática, que diminui e ridiculariza nossos jogadores frente aos adversários, ogros horripilantes a assustar nossos cordeirinhos. Tememos a pequenez psíquica e intelectual de nossos técnicos afogados em números, embaralhados em esquemas, acossados por cartolas, cornetas e cartolas-cornetas. Tememos o temor de nossos zagueiros ao ver se aproximar a bola, esta ingrata, inconstante, tresloucada personagem de um jogo a trabalhar como um vírus a difundir paraplegia a defensores pouco hábeis.
Tememos o medo que os jogadores têm de nós, torcedores. De dentro do campo, evitam nos olhar, seja por vergonha ou pânico. Cabeças baixas, só reagem movidos pelo ódio de se sentir um inútil, desprezível, homem-canela, uma deformação imprestável para o serviço que lhes incumbiram. Seres com ego implodido a corroer o id. Tão introspectivos, tão voltados para dentro deles, por pouco viram do avesso a expor entranhas.
Nós, torcedores dos times paranaenses, tememos ficarmos mudos, seja pela ausência do berro de gol ou pelo excesso de gritos de horror. O horror! O horror! O temor apocalíptico tatuado no rosto do capitão Kurtz, saído do coração das trevas.
Só não tememos voltar à arquibancada a cada final de semana. Não tememos torcer pela ''volta por cima'', pela ressureição que nos levará aos céus. Não tememos colocar o ouvido no radinho, cornucópia de esperançosos sons, máquina que detona um jogo em nossos cérebros. Não tememos vestir as cores sagradas de nossos times e rumar com a multidão nos corredores dos estádios. Não tememos o eterno pois a vida dura uma rodada. Não tememos o inferno pois o gol trará o céu.
Odvan - O Coxa contratou o zagueiro Odvan. Mais feio que ele, só o futebol dele. Também contratou o lateral Maurinho, que não deixou saudades nos torcedores do Flamengo. Os dirigentes garantiram que são reforços. Será?
Atlético - No meio de tantas coisas erradas que a diretoria do Atlético fez nesses dois últimos anos, depois que foi campeão brasileiro, é de se elogiar o programa de estudos que implantou e que auxilia os jogadores mais jovens. Lá, só não estuda quem não quer. Alguns jogadores juniores aproveitaram a chance e já estão na universidade.