Começo de ano é sempre a mesma coisa. Um grande pacote de novos programas que na verdade alimentam a mesmice de nossa televisão tupiniquim. BBB6 está aí para provar isso.
Depois do estrondoso sucesso da quinta edição do programa, o Big Brother vem esse ano com uma reedição de personagens. Sim, em time que está ganhando não mexe, ou seja, escolhem as mesmas pessoas para participar. Talvez só o endereço que é outro. Um time completo de modeletes aspirantes ao sucesso, alguns clichês, intelecto zero, corpos à mostra e está feita a seleção dos participantes.
Sempre a presença de um único negro, nessa edição Iran. Sempre um representante mais pobre, como a motogirl Lea. Felizmente sempre há o sorteio para dar chance ao povão mesmo participar. Foi assim que Cida, ganhadora de outra edição, ficou milionária e tudo indica que Agustinho possa repetir o feito.
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Pelo que as pesquisas e sites indicam é o favorito do povo a levar um milhão de reais. Sinal de que talvez o público não quer ver somente gente bonita caminhando de sunga ou biquíni pela casa. Bom humor e carisma são fundamentais. Agustinho de sunga batucando em sua barriga proeminente ganha muito a simpatia do público do que os outros modelos sem sal.
Ano passado, os grandes nomes foram Jean e Grazi, responsáveis por muitos pontos de Ibope à toda poderosa Globo. Esse ano os seus correspondentes são o pseudo-monge Gustavo e a psicóloga Thaís. Todo o mistério sobre a vida sexual do monge parece garantir bons buxixos entre o povo. Um tema polêmico, fútil e que de repente parece se tornar de interesse nacional. Tudo previamente pensado e planejado pelos organizadores. Já a paraense Thaís é uma moça bonita, mas que não tem o mesmo carisma de Grazi. Quem sabe se Thaís arranjar um caso com outro participante sua popularidade aumenta. Garantia de bom tempo e popularidade, vide os outros casais do BBB e Casa dos Artistas: Manuela e Thirso, Sabrina e Dominy, Feiticeira e Vitor Belford, além de Grazi e Allan.
Beijo na boca é sinal de mais dias na casa, mais chances de ganhar o prêmio, mais convites para eventos após eliminação. Quem sabe até um programa de televisão exclusivo, por que não?
A mesmice está aí, esgotando cada vez mais a já tão desgastada fórmula do Big Brother. Todos participantes passivos, compreensivos, sorridentes, felizes da vida. Pouquíssimas pessoas levantam a voz para os outros, afinal podem ter sua imagem queimada pela audiência. Enquanto isso o programa vai tentando se reinventar: estalecas, acessórios esdrúxulos em uso, perguntas e termômetros sentimentais.
A audiência do programa começou menor que na edição anterior, mas até agora ninguém fala em crise. Quem sabe nossos participantes reservam algum novo escândalo ou polêmica para os próximos meses, só o tempo dirá. Corpos à mostra e intelecto zero. Esse é o nosso Big Brother, esse é o nosso Brasil. É o triunfo da ignorância!