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Quebra-Queixo volta melhor em Technorama

04 dez 2003 às 10:59

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Arte de Rael Lyra impressiona pelos detalhes e pela boa arte-final em lápis
- Reprodução
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No universo das histórias em quadrinhos é comum vermos personagens durões, cheios de falas mal-educadas e de atitudes dignas do finado Charles Bronson. Afinal de contas, costumam ser a materialização de tudo o que não podemos ser na realidade. Quebra-Queixo, uma da crias nacionais, segue esse mesmo molde e, 20 anos após sua concepção inicial, o anti-herói ganha um álbum com participação de vários e talentosos artistas nacionais.

Em Quebra-Queixo - Technorama: Volume I, o anti-herói ganha mais volume e passa a ter um cenário mais complexo. Superestimado como uma criação genial no cenário brasileiro, o brutamontes cheio de palavrões em histórias nonsense, teve uma guinada em suas histórias desde sua gênese. Marcelo Campos, seu pai, com a maturidade e experiência em anos envolvido com o mercado nacional e internacional de quadrinhos, melhorou a arte-final - na verdade a experiência gráfica sempre foi o forte das histórias - e, sabiamente, convidou grandes nomes para contribuir com o personagem, principalmente no roteiro.

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Assim, em 2001, Quebra-Queixo finalmente teve um tratamento mais consistente, tanto em argumento quanto em arte, no álbum Fábrica de Quadrinhos 1. E essa boa fase determinou o lançamento de Technorama. Para quem não sabe nada sobre o personagem, Quebra-Queixo é o tipo de anti-herói ''sem firulas'' e politicamente incorreto que faz parte de um grupo denominado Força Zero, determinado a detonar os fora-da-lei de Buracópolis, uma cidade cyberpunk com alguma coisa brasileira no meio.

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Em Technorama, além de muitas porradas e sátiras aos próprios quadrinhos de super-heróis norte-americanos, o destaque fica por conta do desenvolvimento de coadjuvantes bem trabalhados.

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O primeiro deles é Zédulixo, uma espécie de ''bom moço'' preso num corpo de um monstro metade máquina e metade homem. Com o texto enxuto de Octavio Cariello e da bela arte de Rael Lyra, que abusa da técnica de esboços finalizados com o próprio lápis, a história é um dos melhores cinco contos do álbum.


Na sequência, Cariello e Davi Calil, trazem detalhes sobre a sensual e fria Abantesma Jones, que, em clima gótico, combate o mal e depois volta para sua estranha mansão, no melhor estilo 'alter-ego', bastante visto na dualidade de Bruce Wayne/Batman - inclusive, também, com a presença de um mordomo, nesse caso Drummond, numa referência clara referência ao escritor brasileiro.

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Outra boa surpresa é a bem-humorada narrativa do herói Nego Simão. Mais uma vez roteirizada por Cariello, traz sequências gráfica bem divertidas no estilo Cartoon Network - leia-se Laboratório de Dexter e Garotas Superpoderosas - nos traços de Fernando Cintra.


Após a leitura fica óbvio que Quebra-Queixo deixou de ser apenas mais um gorila falador e passou a ter um cenário, personagens de suporte e uma complexidade digna de uma grande criação nacional. E, Technorama, além de ser prova disso, também representa a boa evolução do mercado nacional, tanto em criação quanto em produção. O álbum, em formato 16,9 cm x 25,9 cm com 80 páginas e miolo em preto e branco, pode ser encontrado em lojas especializadas ao preço (sugerido pela editora Devir) de R$ 19,50.

Música+Quadrinhos: Nine Inch Nails+Quebra-Queixo - Technorama


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