Que a Marvel Comics (X-Men, Homem-Aranha) está dando uma surra na DC Comics (Superman, Batman) nos cinemas, isso todos concordam há pelo menos quatro anos. No entanto, 2004 pode ser considerado o ano editoral da turminha do Homem-Morcego. E a Panini Comics, que publica no Brasil o material das duas maiores rivais no mercado editorial de quadrinhos no mundo, anuncia para 2005 as séries que garantiram o sucesso da DC este ano nos Estados Unidos.
A mais aguardada é ''Identity Crisis'' (Crise de Identidade), que deixou todos roendo as unhas ao término de cada uma das sete edições na terra do Tio Sam. O escritor Brad Meltzer, que fez fama com bons romances policiais e teve uma ótima estréia nos quadrinhos com ''Arqueiro Verde: A Busca'', uniu-se com o ilustrador Rag Morales para trazer um segredo guardado há anos na Liga da Justiça.
Quando um ente querido de um dos super-heróis da Liga morre, todos acabam se mobilizando para descobrir a identidade do assassino (antes mesmo da série ser lançada, os autores anunciaram que seria um traidor no grupo), que vai deixando um rastro de sangue a cada edição. A maneira como Meltzer conduz a trama, aliado ao eficiente traço de Morales, é algo incomum nos quadrinhos. Texto e imagem têm o lugar certo nas páginas, sem desperdício, num mosaico muito bem montado. Muitos leitores ficarão surpresos com um misterioso evento deixado no passado, que acaba vindo à tona e pode ruir a Liga com um conflito interno.
Outra série de sucesso da DC em 2004 foi a união dos dois maiores ícones da editora em uma revista mensal: Supeman/Batman. Escrito por Jeph Loeb (Batman: Silêncio, Superman: As Quatro Estações) e desenhado por Ed McGuiness (Deadpool), o material chegou às mãos dos leitores como uma grata surpresa no ano, quando todos pensavam que seria apenas mais um título caça-níquel. Os autores apresentaram uma história digna dos melhores filmes de ação, com narrativa frenética.
A trama vai ficando abrangente e intrigante a cada edição e a grande pergunta que fica na última página das revistas é ''onde isso vai parar?''. Tudo começa com um desafio em que o Homem de Aço não pode confiar na Liga da Justiça e sim em um membro o qual o próprio supergrupo tem ressalvas: Batman. A dinâmica entre os dois personagens -um é extremamente poderoso e politicamente correto, enquanto o outro é um detetive sombrio- garante a diversão e a sensação é de ler um ''filme-pipoca'', aqueles blockbusters do verão norte-americano.
A terceira série, não menos aguardada, é o retorno do Lanterna Verde Hal Jordan (Green Lantern: Rebirth). Ele ficou louco, virou o vilão conhecido Parallax, morreu e voltou para um sacríficio final e hoje em dia é o Espectro, o Espírito da Vingança. Porém, tudo isso vai mudar quando o roteirista Geoff Johns (Flash) e o ilustrador Ethan Van Sciver (X-Men) mostrarem porquê Hal foi o maior de todos os gladiadores esmeraldas e precisa voltar urgentemente.
A Marvel também tem algumas cartas na manga, como ''Avengers Disassemble'' e o volume dois de ''The Ultimates'' (Os Supremos), além da própria linha Ultimate (Marvel Millenium). Mas, com a chegada do filme ''Batman Begins'', além da produção do longa ''Superman Returns", juntamente com o pacotão anunciado pela Panini, será difícil não ser seduzido pelas publicações da DC Comics que chegam em solo tupiniquim em 2005.
Lobo Solitário - Depois de um certo atraso, os leitores e fãs finalmente poderão acompanhar -desta vez a promessa é de publicação na íntegra- a história de Ito Ogami e seu filho, Daigoro, em Lobo Solitário.
A série, que deve ser trazida pela Panini nos mesmos moldes que foi levada aos Estados Unidos, em 28 volumes, com média de 300 páginas cada um, já está nas lojas especializadas (como a distribuição é setorizada só deve chegar às bancas paranaenses em janeiro). A publicação, em formato 13 x 18 cm, custa R$ 12,90 e respeita o sentido de leitura oriental.
Música+Quadrinhos: Pavement+Crise de Identidade