Curitiba - Quando se trata de originalidade, ninguém pode duvidar da capacidade criativa de Eugênio Colonnese, famoso entre os autores de quadrinho, mas não tão popular entre os leitores. Prova disso é que ele criou Mirza, a Mulher Vampiro, muito antes de Vampirella, e o Morto do Pântano cinco anos antes do Monstro do Pântano de Alan Moore ou o Homem-Coisa de Steve Gerber e Frank Brunner. E a editora Opera Graphica homenageia o mestre Colonnese com o lançamento de uma edição encadernada com sete histórias do monstrengo.
Colonnese, que até mesmo virou nome de prêmio, é italiano e começou a fazer quadrinho em 1949, na Argentina. Em 64, mudou-se para o Brasil, onde iniciou uma carreira de sucesso e, hoje em dia, dá aulas de desenho artístico e pintura na Escola Estudio de Artes, em São Paulo. O autor ficou famoso por ilustrar diversas histórias de horror em 1970, auge do gênero nos quadrinhos.
''Morto do Pântano'', criado em 1967, foi gerado inicialmente para complementar as histórias da sensual Mirza. No entanto, o personagem ganhou destaque, vingando a humanidade ao punir ladrões, traficantes e outros bandidos com seu machado.
Marvel - Como os paranaenses não estão na chamada ''distribuição setorizada'' da Panini Comics -que atende primeiro Rio de Janeiro e São Paulo e depois abastece outros Estados com as edições especiais-, chegam às bancas com certo atraso a republicação de ''Elektra Assassina'' e o lançamento de ''Enciclopédia Marvel''.
''Elektra Assassina'' é uma das edições responsáveis por trazer um pouco mais de conteúdo às histórias em quadrinhos. Escrito por Frank Miller e ilustrado por Bill Sienkiewicz, o álbum coleciona as oito partes do arco em que a heroína precisa deter um monstro que pretende comandar os Estados Unidos. Com o auxílio do andróide John Garret, da central de espionagem Shield, Elektra aqui decepa cabeças, destrói helicópteros e, impiedosa, mostra porquê se tornou uma das mais cultuadas femme fatales da nona arte, diferente dos insossos filmes em que apareceu (leia-se ''Demolidor'' e ''Elektra''.
Miller e Sienkiewicz formam aqui um dueto perfeito. O estilo cru e violento, aliado a muito cérebro, de Miller, dá ênfase e vida à personagem, que carrega muito da filosofia oriental, como na maioria dos trabalhos do autor. Os traços surreais de Sienkiewicz transformam cada painel em uma obra de arte. Imperdível, principalmente para quem não teve oportunidade de ler quando saiu por aqui no final dos anos 80 (nos Estados Unidos a minissérie foi lançada em 1986).
''Enciclopédia Marvel'' organiza um pouco o confuso Universo Marvel, coisa que os roteiristas também estão tratando de consertar nos últimos anos. A edição traz diversos dados de mais de 100 personagens, com ilustrações de Joe Quesada, Alex Ross, Frank Quitely, entre outros. O material é um prato cheio para colecionadores mas deve desapontar um pouco o leitor menos fanático, já que se parece mais com um livro de RPG (Role Playing Game) do que um catálogo biográfico.
Serviço - ''Morto do Pântano'', de Eugênio Colonnese, é lançamento da Opera Graphica, no formato 16 x 23 cm, com 80 páginas, ao preço de 16,90. ''Enciclopédia Marvel'' sai no formato americano, com 244 páginas, a R$ 24,90. ''Elektra Assassina'' tem 268 páginas, formato americano, e custa R$ 28,50. Todas as revistas podem ser encontradas na Itiban Comic Shop, em Curitiba: Av. Silva Jardim, 845. Fone: (41)-232-5367.
Música+Quadrinhos: Black Sabbath+Morto do Pântano