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Existencialismo surreal

31 dez 1969 às 21:33

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Ninguém se cansa de Neil Gaiman, afinal, ele é mesmo genial
- Reprodução
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Curitiba - Depois de 30 dias de merecidas férias a coluna está de volta. E, como não há tempo a perder, vamos a um dos que devem ser os melhores lançamentos do ano.

Clima rock'n'roll, rebeldia juvenil, drogas, sexo e crises existenciais. Em meio a isso tudo, uma doença transmitida sexualmente e aparentemente sem cura. Não, não é a transição dos anos 70 para os 80. É o mote da obra-prima do quadrinhista norte-americano Charles Burns, que chega ao final no Brasil no segundo volume de ''Black Hole - O Fim'', lançado pela Conrad Editora.

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Black Hole é uma amálgama cultural de produções que exploram a dobradinha surrealismo e existencialismo. É como mergulhar em uma experiência lisérgica, entre os filmes de David Lynch ao som de alguma composição sombria de Nick Cave, em forma de arte sequencial.

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Nesta segunda edição, o autor continua explorando as crises de Keith, Chris e Eliza frente a uma doença sexualmente transmissível, uma referência ao desespero da população diante da crescente comunidade de portadores de HIV nos anos 80. As reflexões, medos, sonhos e desejos de personagens em mutação -Eliza chega a ser apelidada de ''Rainha Lagarto'' (Lizard Queen) devido à cauda que cresce em seu corpo- oferecem elementos facilmente identificáveis no cotidiano de qualquer jovem.

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O clima proposto pelas imagens de Charles Burns -que passou dez anos produzindo a série, vencedora do Eisner Awards de Melhor Álbum de 2006- é, na verdade, o grande charme da edição, compilada no Brasil em dois volumes: sua enorme habilidade ao fazer uma arte-final adequada, consistente e homogênea (lembre-se, foram dez anos de confecção), criam a atmosfera perfeita para sua capacidade de narrar uma história de horror e drama.



Burns, hoje aos 53 anos, foi, ao lado de gente como Art Spiegelman (Maus), um dos catalizadores desse tipo de proposta cerebral nos anos 70 e pode-se dizer que levou elementos da contracultura setentista em seus trabalhos, publicados na Esquire, The New Yorker, Time e também na Métal Hurlant. A esperança agora é que outras de suas histórias, como ''Skin Deep'', também desembarquem por aqui.

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PASSEANDO COM O REI DOS SONHOS


Dizer que o roteirista britânico Neil Gaiman é um dos pilares dos quadrinhos adultos é chover no molhado. E, como a popularidade do escritor vem também crescendo na literatura e no cinema -assim como nosso Lourenço Mutarelli-, nada mais comum do que obras a seu respeito aparecerem a cada dia com mais frequência nas prateleiras. E uma dessas é a coletânea de entrevistas compilada pelo jornalista Joseph McCabe e lançada no Brasil pela HQM Editora.

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O livro é composto por mais de 300 páginas a partir dos relatos de McCabe, que, além de suas próprias conclusões sobre o trabalho e a personalidade de Gaiman, buscou informações com os colaboradores do roteirista, a exemplo do capista de ''Sandman'', o artista plástico Dave McKean, e ilustradores como Sam Kieth e Mike Dringenberg.



Um prato cheio para quem quer saber mais um dos principais autores da fantasia moderna, o livro é repleto de curiosidades e histórias interessantes, como a jornada da criação de ''Sandman'' pelo selo Vertigo, capitaneado pela editora Karen Berger.

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LEÃO NEGRO


Um dos mais populares personagens brasileiros dos anos 80, que fez a festa dos leitores do jornal carioca ''O Globo'' durante a ''década perdida'', está de volta em mais uma edição da HQM Editora. A publicação segue o plano de recontar a origem de Leão Negro e ampliar o universo do guerreiro.

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Desta vez, Othan retorna à Gardo, sua ilha natal, e acaba sendo preso pelo próprio irmão, Isauh. Em seguida, em clima de ''O Homem da Máscara de Ferro'', conhece Tchí Harbram, voluptuosa escrava que pode ser uma aliada. Esta é a primeira das três histórias da edição.



A série segue baseada em magia e aventura, permeada sob imagens eróticas, e deve agradar os fãs do gênero. Diferente da primeira edição, a roteirista Cynthia Carvalho amenizou os problemas com os tons de cinza sobre os desenhos de Ofeliano de Almeida e agora parece caminhar para um caminho mais adequado. Resta aguardar pelos próximos lançamentos para confirmar essa idéia.

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OORU


''Você tem que ler 'Ooru', é muito punk rock.'' Recomendação de fã, a confirmação após a leitura é verdadeira: o mangá de Jun Hanyunyuu, conhecido por aqui pela adaptação ''Otakus in Love'' (selecionado no Festival de Veneza de 2004) é pura ação e diversão inconsequente em forma de quadrinhos.


Em ''Ooru'' (que significa ''azul'' em japonês, cor que domina as capas das cinco edições) o quadrinhista oriental Kozô Sanou, criado de mangás (um mangaká), está um tanto quanto entediado depois de ganhar milhões com suas produções. A exemplo do já finado Hunter Thompson, decide viver em um local distante das triviais relações sociais, isolado no campo.


Neste contexto surge o editor de mangás Takeshi Antai, que, de olho na grana esperta que pode fazer com o talento de Sanou, tenta convencer o mangaká a deixar seu exílio. A tarefa é árdua e, durante a negociação, ambos acabam envolvidos com a yakuza, a máfia japonesa, e embarcam em uma aventura cheia de sangue e tiroteiros, bem à moda Quentin Tarantino.


O destaque da edição não fica somente por conta do roteiro simples e extremamente envolvente de Hanyunyuu, mas especialmente nas imagens que cria: o autor controla as hachuras com maestria e suas composições e desenhos parecem vibrar entre os quadros. Essa energia impulsiona a história e dá vida aos personagens, carismáticos e defeituosos, cativantes. Sim, ''Ooru'' é punk rock.


MUTARELLI


O multihomem Lourenço Mutarelli -quadrinhista, escritor, roteirista, cineasta, ator e sabe-se lá mais o que vem por aí- desembarca mais uma vez na capital paranaense para falar sobre suas produções.


Ele vai estar na Itiban Comic Shop (Av. Silva Jardim, 845) nesta quarta (24/09) para falar sobre o mais recente livro "A Arte de Produzir Efeito Sem Causa", da editora Companhia das Letras.


Além do bate-papo, o autor também vai autografar seus livros e quadrinhos. A entrada é franca.


SERVIÇO


''Black Hole Volume 2 - O Fim'' tem 192 páginas em preto-e-branco, no formato 16 x 23 cm e custa R$ 34,90.


''Passeando com o Rei dos Sonhos: Conversas com Neil Gaiman e seus colaboradores'' tem 314 páginas, no formato 15,5 x 23 cm a R$ 49,90.


''Leão Negro: Série Origens Volume 1 -Gardo'' tem capa colorida e interior em tons de cinza, formato 21 x 28 cm, com 56 páginas, e sai por R$ 19,90.


''Ooru'' tem formato 13,4 x 20,2 cm, 176 páginas em preto-e-branco, e custa R$ 12,90.

O material citado acima pode ser encontrado em Curitiba na Itiban Comic Shop: Av. Silva Jardim, 845. Fone: (41) 3232-5367.


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