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Erotismo em dose tripla

06 abr 2006 às 11:00

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Bórgia mostra a história de sexo e violência do clã que aterrorizou Roma - Reprodução
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Curitiba - O italiano Milo Manara é um incontestável mestre do erotismo, com imagens e sequências de fazer a imaginação de qualquer um mergulhar na sensualidade de suas mulheres. O francês Frédéric Boilet pretende um dia chegar ao patamar de Manara e igualmente vem trazendo seus provocantes contos com japinhas para os quadrinhos. Ambos estão em três lançamentos da Editora Conrad: o volume dois de Bórgia - O Poder e o Incesto, Clic 1 e Garotas de Tóquio.

Em primeiro lugar, é preciso explicar um pouco como funciona o erotismo no quadrinho -e também em outras linguagens- na cultura européia. Diferente do que acontece por aqui, o sexo, a lascividade, a sensualidade, são os meios para contar a história e não somente o ápice dela. Drama, comédia, aventura, romance, ficção científica, todas modalidades usam da ''sacanagem'' para narrar a trama e isso é bastante comum.

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Isso vem de uma longa tradição, desde a época de Valentina, de Guido Crepax, passando pelas fantasias científicas da Metal Hurlant -conhecido por nós como Heavy Metal, ou Metal Pesado- e chegando à uma nova geração, representada por gente como Boilet, que busca inspiração nos hentais, os quadrinhos eróticos japoneses.

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Essa tendência é bastante forte nos principais autores europeus e, assim como atrai a atenção (afinal de contas, todo leitor gosta de um pouquinho de sexo), muitas vezes também causa repulsa. Uma parcela da comunidade consumidora de quadrinhos não gosta desse tipo de narrativa e também se cansa desse tipo de apelo, que em algumas ocasiões acaba deixando a história principal, ou um roteiro raso, em segundo plano.

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Bem, agora vamos às edições. O segundo volume de Bórgia continua narrando a trajetória da máfia dos Bórgia, que transformou Roma em um território inóspito, sem lei e fé. Para piorar o cenário, o papa Alexandre VI adora violentar inocentes em prol de seus planos de reestabelecer o poder da igreja, bastante abalada e impopular, justamente devido aos maus exemplos do pontífice. Baseado na própria História, a trama tem os ingredientes certos para Milo Manara.


O autor abusa de seu talento para trazer mulheres nuas e insinuantes sendo estupradas por depravados, entre outras sequências. Nem todo mundo pode gostar, mas o roteiro Alejandro Jodorowsky é redondinho e a arte de Manara, cada vez mais impressionante a cada ano que passa, traz belas pinturas. O italiano vem melhorando a fluência narrativa nesse tipo de história e sabe dosar bem erotismo e violência que a série demanda.

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O Clic é o trabalho mais consagrado de Manara. Com esse álbum, lançado originalmente em 83, o italiano ganhou repercussão e reconhecimento internacional. A história, muito bem-humorada, traz a invenção de uma engenhoca que coloca qualquer santinha de quatro. E é isso o que acontece: Claudia Christiani, uma recatada moça da alta sociedade, vai à loucura a cada ''Clic!'' do aparelho e torna-se escrava de seu próprio desejo.


Quando escreve, Manara sempre se solta mais, busca sempre o humor sutil e não economiza nas belas formas femininas. A sugestão, em o Clic, com certeza é ponto forte. O autor ''esconde'' e deixa o leitor também viajar em seus próprios desejos. A impressão da edição nacional pode parecer ''desbotada'' para alguns, no entanto, é preciso lembrar que a Conrad foi fiel ao fotolito original, que tem cores pastéis e não contava com os poderosos equipamentos para tal função de hoje em dia.

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Garotas de Tóquio, de Boilet, encerra a leva erótica deste mês pela Conrad. O autor, que teve publicado O Espinafre de Yukiko recentemente no Brasil, segue sua linha de narrar as transas com orientais. São pequenas histórias em que o autor usa de várias técnicas de pintura a partir de fotografias. O ilustrador busca o realismo e não se incomoda de usar o sexo explícito para contar suas travessuras nipônicas.


Algumas pessoas não gostam muito do estilo de Boilet e o acusam de certo charlatanismo, devido ao uso intenso da fotografia. Além disso, a desculpa de ser quadrinhista para transar não costuma acontecer com todo mundo. Independente disso, a edição faz bem o papel de excitar e prova que Boilet não apenas sabe colocar os traços sobre imagens como também tem talento para esse tipo de ilustração.

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Esclarecimento - Carlos Costa, editor-chefe da editora HQ Maniacs, fez questão de explicar o excesso de cola na edição de Invencível, resenhada por este colunista na semana passada. Costa afirmou que encontrou esse tipo de problema apenas em uma ou outra cópias. Ele adiantou que o lote inteiro seria recolhido caso o defeito fosse encontrado em outra parte da tiragem.


Costa ainda explicou que o problema pode ter acontecido na correria para o acabamento da edição antes da Bienal do Livro de São Paulo. Ele fez questão de dizer que a edição de Os Mortos-Vivos deve sair ainda melhor, com o aprendizado tido com o álbum de estréia.

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Serviço: Bórgia - O Poder e o Incesto tem 64 páginas no formato 21 x 27 cm e custa R$ 39. Clic #1 tem 50 páginas no formato 21 x 27 cm, por R$ 23. Garotas de Tóquio tem 80 páginas no formato 21 x 27 cm e custa R$ 20.


O povo quer saber: Será que a coletânea, com todos os álbuns de Calvin, será lançada no Brasil, desta vez com uma tradução decente?


A revistas citada acima podem ser encontradas em Curitiba na Itiban Comic Shop: Av. Silva Jardim, 845. Fone: (41) 3232-5367.

Música+Quadrinhos: Massive Attack+Clic


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