Ele completa 70 anos e continua sendo uma das maiores referências do ''melhor do mau humor'' para os jovens leitores de quadrinhos. Pato Donald comemora aniversário com edição especial e passa a ter a companhia de Minnie, Pateta, Margarida e Peninha todos os meses nas bancas brasileiras.
Pato Donald dispensa apresentações mas nunca é demais lembrar as razões pelas quais ele é um dos mais queridos e populares personagens em todo o mundo. Ele é azarado -nasceu no dia 13, mora numa casa de número 13 e a placa de seu carro é 313-, ciumento, mal-humorado, ranzinza, briguento, preguiçoso, ganancioso e neurótico. Subordinado ao avarento tio ''quaquilionário'' (Tio Patinhas), tem que agradar a todo momento seu grande amor (Margarida) e vive sendo infernizado pelos seus sobrinhos (Huguinho, Zezinho e Luisinho), assim como pelo seu distraído primo (Peninha). E são justamente seus defeitos que o tornam tão humano e carismático.
O personagem teve sua primeira aparição no dia 9 de junho de 1934, no desenho animado ''A Galinha Sábia'', exibido nos cinemas norte-americanos. O dublador Clarence Nash imortalizou sua voz de pato esganiçada -reproduzida no Brasil por Cláudio Galvan- naquele que seria o carro-chefe da Disney anos mais tarde, ultrapassando até mesmo o camundongo Mickey, em popularidade.
No mesmo ano, Donald ganhou as páginas dos jornais pelos traços de Al Taliaferro, em tiras dominicais, chamadas de ''Silly Simphonies''. Durante toda a década de 30 o personagem viajou pelo mundo e ganhou versões na Itália e na Inglaterra e também concebeu diversos coadjuvantes, como Vovó Donalda, seus sobrinhos, o primo sortudo, Gastão, e o preguiçoso Gansolino.
Foi com Carl Barks -também responsável pela criação do Tio Patinhas- que Donald assumiu de vez seu lado temperamental. O roteirista, desenhista e arte-finalista deu complexidade à personalidade do pato e criou, entre suas 500 histórias para o personagem, as melhores narrativas, que servem de base para tudo o que é feito com Donald atualmente.
A revista Pato Donald número 1, lançada no Brasil pela editora Abril em 1950, foi sucesso absoluto de vendas com tiragem inicial de 82 mil exemplares, esgotada. A publicação é a mais antiga que ainda está na ativa no mercado brasileiro, perto das 2300 edições. Nesse tempo todo, o personagem protagonizou 200 animações e ganhou um Oscar (por ''A Face do Fuhrer''), sendo indicado outras 11 vezes.
Para comemorar os 70 anos de Donald, a editora Abril lançou, no começo do ano, as ''Obras Completas de Carl Barks'' (festa pelos 40 anos do Tio Patinhas no Brasil) e, além da edição especial para o pato briguento, traz, desde o mês passado quatro novos títulos mensais, a R$ 1 cada um. A idéia e reintroduzir personagens coadjuvante de destaque no cenário nacional e também apresentá-los para uma nova geração de leitores.
A Abril Jovem quer trazer de volta a tradição dos verdadeiros ''gibis'', termo usado para entretenimento barato, de fácil acesso e também de rápida absorção. Assim, as bancas brasileiras terão histórias, todos os meses, de Minnie, a eterna namoradinha sonhadora do camundongo Mickey; Pateta, como o próprio nome diz, o verdadeiro desastrado; Margarida, que tenta suportar as crises temperamentais de seu companheiro, Donald; e Peninha, o primo pobre e desajeitado que tenta cuidar do sobrinho Biquinho sob as ordens de seu patrão ''linha-dura'', o Tio Patinhas. Destaque para este último, muito querido pelos brasileiros, que se identificam com o ''jeitinho'' que o personagem arruma para viver sem grana, em meio a confusões e ainda tendo que criar uma criança, sempre com muito bom-humor e otimismo.
A edição especial dos 70 anos do Pato Donald custa R$ 16,95, tem 208 páginas, no famoso formatinho (13,5 x 19 cm), colorido. As revistas vendidas a R$ 1 -Peninha, Minnie, Pateta e Margarida- têm 16 páginas, também no formatinho, em cores.
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