Quadrinhos

Brasil e EUA escolhem os melhores da temporada

21 jul 2005 às 11:00


Curitiba - Já virou costume, principalmente nos Estados Unidos, as associações de artistas criarem prêmios para ''oscarizar'' os autores mais ativos e o material mais bem produzido na temporada. Tudo bem que nem sempre há unanimidade sobre essas escolhas mas o fato é que essas celebrações valem pelo reconhecimento do trabalho realizado pelos criadores. O mesmo acontece nos quadrinhos e, recentemente, o HQ Mix, no Brasil, e o Eisner Awards, nos Estados Unidos, elegeram os melhores do ano passado pra cá.

No Brasil há duas grandes premiações para a nona arte. A primeira é o Troféu Ângelo Agostini, que acontece em fevereiro e é mais antigo, está em sua 22ª edição. O segundo, o HQ Mix, chega à sua 17ª premiação e é mais abrangente, apesar da maioria dos trabalhos avaliados ainda estarem concentrados na capital paulista.


Publicações de autores independentes foram destaques deste ano. A carioca Mosh!, mix de quadrinhos com rock, ganhou prêmios por ''Publicação Mix'' e ''Publicação Independente''. Os gêmeos Fábio Moon e Gabriel Bá, que logo devem lançar ''Smokes and Guns'' e ''Rolando'', em versão nacional, venceram por ''Desenhista Nacional''; ''Edição Especial Nacional'', por ''Crítica'' (Devir) e ''Blog/Flog de artista gráfico''.


Lourenço Mutarelli levou o prêmio de ''Roteirista Nacional'' por Mundo Pet (Devir) e o falecido mestre Will Eisner foi lembrado duas vezes por ''Avenida Dropsie'' (Devir), nas categorias ''Desenhista Estrangeiro'' e ''Roteirista Estrangeiro''. A Devir ganhou por ''Editora do Ano''. A lista completa pode ser vista na página oficial.


Nos Estados Unidos, o tradicional Eisner Awards foi entregue pela primeira vez sem o artista que dá nome à premiação, o que causou certa comoção no público. A grande vencedora da noite foi a DC Comics, com sete prêmios, dos quais cinco foram dividos com autores de outras editoras. O destaque ficou para o bicampeonato da ótima ''Plastic Man'', de Kyle Baker, que inexplicavelmente ainda não apareceu por aqui.


A concorrente da DC, a Marvel Comics, não festejou tanto quanto a rival, com apenas três prêmios (desenhista, letreirista e colorista), todos divididos com outras publicações.


A exemplo do ano passado, ''The Goon'', de Eric Powell, pela Dark Horse, também foi destaque e levou a melhor nas categorias ''Melhor Publicação de Humor'' e ''Melhor Série Contínua''. Os autores independentes também conquistaram mais espaço entre as grandes editoras neste ano.


A Fantagraphics, que abrange boa parte dos quadrinhos alternativos, ganhou três estatuetas por ''Eightball'', de Daniel Clowes, e ''Peanuts'', editado por Gary Groth. Entre as histórias digitais, Brian Fies venceu por ''Mom's Cancer''. A lista completa dos vencedores está disponível na página oficial.


Perda - Esta coluna presta hoje uma pequena homenagem ao grande artista Jim Aparo, que morreu no último dia 19, aos 72 anos, após complicações de uma doença adquirida recentemente. O desenhista, que agora está ao lado do mestre Will Eisner, foi muito importante para a evolução do que hoje conhecemos como narrativa e ilustração nos quadrinhos, a partir da Era de Prata, no final dos anos 60.


Aparo fez sua estréia no grande mercado de quadrinhos na revista número 98 de ''The Brave and the Bold'', em 1971. O título, que costumava fazer alianças improváveis de personagens, como Vingador Fantasma e Batman. Seus trabalhos mais conhecidos são sua fase frente ao Homem-Morcego e a morte do segundo Robin, Jason Todd.

Boa parte das publicações citadas acima podem ser encontradas em Curitiba na Itiban Comic Shop: Av. Silva Jardim, 845. Fone: (41) 3232-5367.


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