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Turbulências de fevereiro podem sinalizar correção nos mercados

09 fev 2004 às 11:00

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A alta volatilidade dos mercados financeiros que temos esperado desde a semana passada para fevereiro está se confirmando neste início de mês. Como em todo cenário de alta variabilidade nos indicadores financeiros, os investidores se tornam mais apreensivos e sensíveis a quaisquer rumores e sinais, sobretudo aos negativos. Estes fatores trazem riscos de pequenas correções no curto prazo, até que os fundamentos da economia mostrem maior estabilidade – o que pode levar algumas semanas.
Por refletirem ativos de maior risco, as bolsas de valores sentem em maior intensidade esta piora no humor. Ou seja, elas são afetadas duas vezes: (i) o aumento no rendimento (yield) dos ativos sem risco, como o dos títulos do tesouro norte-americano, imediatamente eleva o risco requerido (required return) pelos investidores para ativos de risco; (ii) a conseqüente elevação na variabilidade dos ativos de risco leva muitos detentores desses títulos a não sustentarem suas posições, ignorando a premissa que tais papéis possuem inerentes graus de variações maiores no curto prazo, ainda que apresentem maior retorno esperado (expected return) no longo prazo. Isto pode parecer um ciclo, mas na verdade tende a se ajustar assim que os fundamentos dos emissores – sejam eles estados soberanos ou empresas - reflitam estabilidade financeira, o que pode levar semanas.
Para que este processo seja evitado, ou ao menos encurtado, é necessário que ocorra ao menos um de dois fatores: ou os investidores retomam rapidamente a confiança nas suas estimativas, retomando uma maior propensão ao risco ou então, o que é bem mais factível, os emissores se antecipam e buscam apresentar melhoria nos seus indicadores de desempenho.
No caso das bolsas de valores e emissões de dívida privada, as empresas precisam sinalizar com melhores retornos futuros, seja através de novas medidas de gerência ou simplesmente publicando resultados que surpreendam o mercado positivamente.
Analogamente, no caso dos títulos soberanos, o emissor terá que provar seu menor risco, não apenas no combate à inflação, mas mais importante ainda, convencendo que não precisa pagar um risco maior do que o exigido pelo mercado. Como neste caso o preço do risco é os juros (assim como o retorno esperado com dividendos e ganhos de capital remunera o mercado acionário), a autoridade monetária ou o Tesouro precisam tranqüilizar seus credores ao invés de demonstrá-lo maior risco.
No caso brasileiro, como os investidores já incorporaram em suas expectativas a manutenção das taxas de juros em 18 de fevereiro, é improvável que haja uma recuperação significativa dos indicadores financeiros até lá. A inflação medida pelo IPC-FIPE divulgada ontem (+0,65%), abaixo do esperado pelo mercado, ratifica a existência de um espaço para redução da taxa de juros. Mas como as decisões da autoridade monetária são tomadas com base no conservadorismo mais do que na probabilidade de melhora dos indicadores macro, até o fim de fevereiro é maior o espaço para a deterioração dos indicadores financeiros do que para a melhora. A menos que haja uma nova sinalização, positiva, por parte da autoridade monetária.

Créditos: Paulo Eduardo Nogueira Gomes, economista da Global Invest.

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