O IBGE divulgou dia 09 de junho que a produção física industrial brasileira cresceu 6,7% em abril na comparação contra abril de 2003. Na comparação contra março, já excluindo os efeitos sazonais, a produção industrial registrou relativa estabilidade (0,1%). Com esses resultados a produção industrial acumula crescimento de 6,1% no primeiro quadrimestre do ano em relação ao mesmo período do ano passado.
Mais uma vez, os destaques positivos entre as categorias de uso foram os Bens de Consumo Duráveis e Bens de Capital, que apresentaram crescimento de 2,9% e 1,5%, respectivamente, na comparação contra março deste ano. Já os Bens de Consumo Semi e Não Duráveis, por sua vez, apresentaram ligeiro crescimento em relação ao mês imediatamente anterior (+0,2%), quebrando uma série de três resultados consecutivos de queda.
Os dados da produção industrial de abril ratificam a tese de que a economia brasileira está em ritmo de recuperação observado desde o final de 2003. Entretanto, os atuais resultados geram dúvidas sobre a magnitude do crescimento da economia, pois a recuperação ainda está muito concentrada nos setores voltados à exportação e ao crédito, que são os bens de capital e bens de consumo duráveis. O setor de bens de capital, mais precisamente as máquinas e equipamentos para o setor agrícola, e bens de consumo duráveis, concentrado principalmente em automóveis e suas partes e peças, são os principais destaques da produção voltada ao mercado externo.
Considerando que pouco mais de 1/3 da nossa pauta de exportações é representada apenas por três parceiros: Estados Unidos (22%), Argentina (7%) e China (6%), e tendo em vista a perspectiva de que esses países passarão por um ajuste no crescimento econômico, é necessário acompanhar de perto a magnitude do crescimento dos setores de bens de capital e bens de consumo duráveis nos próximos meses para analisar os impactos do arrefecimento dessas economias no Brasil.
Nos Estados Unidos, o evento que preocupa é o início do processo de elevação dos juros básicos esperado para ocorrer já em junho. Quanto à China, o governo já declarou que deseja reduzir a expectativa para a taxa de crescimento do PIB deste ano de 9% para 7% para conter a elevação dos preços domésticos (logo, juros mais altos). Por fim, há o problema de racionamento de energia elétrica na Argentina que, certamente, reduzirá a magnitude de crescimento observada no primeiro trimestre deste ano, que foi de 10%.
Logo, sabendo que o consumo das famílias representa 60% do PIB pela ótica da demanda e que, por sua vez, depende muito do nível de renda e de emprego – que ainda estão em situação debilitada – e sendo o consumo das famílias fator determinante para a dinâmica do crescimento econômico, caso os setor de Bens de Consumo Semi e Não Duráveis não acelere seu processo de recuperação e, ainda, os setores de bens de capital e bens de consumo duráveis sejam afetados de forma negativa pelos fatores listados anteriormente, é factível acreditar que no cenário atual a magnitude de crescimento do PIB de 3,5% para este ano esperada pelo governo não se concretize, mas poderá ficar em torno de 3% (nossa projeção de crescimento do PIB para 2004 é de 2,9%).
Mais uma vez, os destaques positivos entre as categorias de uso foram os Bens de Consumo Duráveis e Bens de Capital, que apresentaram crescimento de 2,9% e 1,5%, respectivamente, na comparação contra março deste ano. Já os Bens de Consumo Semi e Não Duráveis, por sua vez, apresentaram ligeiro crescimento em relação ao mês imediatamente anterior (+0,2%), quebrando uma série de três resultados consecutivos de queda.
Os dados da produção industrial de abril ratificam a tese de que a economia brasileira está em ritmo de recuperação observado desde o final de 2003. Entretanto, os atuais resultados geram dúvidas sobre a magnitude do crescimento da economia, pois a recuperação ainda está muito concentrada nos setores voltados à exportação e ao crédito, que são os bens de capital e bens de consumo duráveis. O setor de bens de capital, mais precisamente as máquinas e equipamentos para o setor agrícola, e bens de consumo duráveis, concentrado principalmente em automóveis e suas partes e peças, são os principais destaques da produção voltada ao mercado externo.
Considerando que pouco mais de 1/3 da nossa pauta de exportações é representada apenas por três parceiros: Estados Unidos (22%), Argentina (7%) e China (6%), e tendo em vista a perspectiva de que esses países passarão por um ajuste no crescimento econômico, é necessário acompanhar de perto a magnitude do crescimento dos setores de bens de capital e bens de consumo duráveis nos próximos meses para analisar os impactos do arrefecimento dessas economias no Brasil.
Nos Estados Unidos, o evento que preocupa é o início do processo de elevação dos juros básicos esperado para ocorrer já em junho. Quanto à China, o governo já declarou que deseja reduzir a expectativa para a taxa de crescimento do PIB deste ano de 9% para 7% para conter a elevação dos preços domésticos (logo, juros mais altos). Por fim, há o problema de racionamento de energia elétrica na Argentina que, certamente, reduzirá a magnitude de crescimento observada no primeiro trimestre deste ano, que foi de 10%.
Logo, sabendo que o consumo das famílias representa 60% do PIB pela ótica da demanda e que, por sua vez, depende muito do nível de renda e de emprego – que ainda estão em situação debilitada – e sendo o consumo das famílias fator determinante para a dinâmica do crescimento econômico, caso os setor de Bens de Consumo Semi e Não Duráveis não acelere seu processo de recuperação e, ainda, os setores de bens de capital e bens de consumo duráveis sejam afetados de forma negativa pelos fatores listados anteriormente, é factível acreditar que no cenário atual a magnitude de crescimento do PIB de 3,5% para este ano esperada pelo governo não se concretize, mas poderá ficar em torno de 3% (nossa projeção de crescimento do PIB para 2004 é de 2,9%).