A Pesquisa sobre "Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro 2004", encomendada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) em parceria com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros à Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) ficou pronta dia10/08.
Os números mostram que o desempenho do setor no ano passado foi positivo, pois o faturamento total passou de R$ 2,363 bilhões para R$ 2,477 bilhões, um aumento de 4,8%. No entanto, a inflação de 2004 foi superior a este aumento qualquer que seja o índice considerado. O INPC, por exemplo, ficou em 6,13%. O IPCA em 7,6% e o IGP-DI em 12,13%. Ou seja, em termos reais, o setor encolheu.
Em termos de produção de títulos, houve uma retração de 2,06%. De 35.590 em 2003 para 34.858 em 2004. Porém, a quantidade de exemplares confeccionados aumentou de 299,4 milhões para 320,09 milhões – crescimento de 6,91%.
Opinião
Para Marcos Pedri, diretor da CBL para a Região Sul e diretor comercial da rede Livrarias Curitiba, a estagnação do mercado é pontual e se deve a alguns fatores. "O atual momento político causa reflexos em todos os setores da economia e com os livros não é diferente. Porém, em médio prazo, a expectativa é que toda a cadeia volte a crescer, como já acontecia anteriormente", conta.
Exemplo de expansão acontece na própria Livrarias Curitiba. Em 2003, a empresa vendeu 1,24 milhões de livros. Em 2004, saltou para 1,5 milhão. Para 2005, a expectativa é chegar a 1,8 milhão. "O úmero é ousado, mas com muito trabalho e diferenciais competitivos, isso pode se tornar possível", enfatiza.
De acordo com a pesquisa da CBL, o número de exemplares vendidos em 2004 no país teve um crescimento considerável de 12,84%, alcançando o patamar de 288,675 milhões de unidades. Ainda assim, o número ficou abaixo da quantidade produzida, acusando uma sobra de 31,415 milhões de exemplares.
"Estamos investindo R$ 1 milhão na modernização do sistema de gestão corporativo para atender melhor diversos setores da companhia, tais como o faturamento, compras, estoque, contas a receber e a pagar, tesouraria, contabilidade, patrimônio e o varejo. Não adianta reclamar do governo, temos que fazer nossa parte e mostrar que o setor é produtivo – desde que bem administrado", finaliza Pedri.