Mercado em pauta

Dólar baixo esquenta venda de importados

21 mai 2007 às 11:00

Enquanto setores ligados à exportação se desanimam com a queda da moeda norte-americana, os revendedores de produtos importados comemoram os atrativos da baixa do dólar no mercado brasileiro. Empresas estrangeiras, como a americana Gant, que resolveram investir no país por meio de franquias, comemoram com os lucros. O primeiro endereço da marca no Brasil foi em Curitiba, no Shopping Crystal Plaza, e a franqueada Cíntia Ribeiro explica que quando abriu a loja, o dólar já estava em constante queda. Com a moeda mais baixa, ela percebeu o momento oportuno para a estabilidade de seus negócios, que vão de vento em popa. "Vi no Brasil uma oportunidade sólida para expandir meus negócios", comenta Cíntia.


Outros templos de importados, como a multimarcas Bazaar Fashion, sentiram que as vendas foram alavancadas e registraram um aumento significativo no movimento com a queda do dólar. Márcia Almeida, sócia-proprietária da multimarcas, está entusiasmada com a notícia e com a possibilidade de aumentar as parcerias em importação. Para ela, a cotação do dólar impulsiona as vendas e estimula o brasileiro a comprar peças produzidas fora do país. "O produto importado, às vezes, não tem qualidade superior, mas o brasileiro tem essa cultura do importado, uma tendência a valorizar o que vem de fora", afirma Márcia.


Para os especialistas esse momento se deve à mão contrária: a exportação. Foi devido ao grande volume de produtos exportados que o dólar entrou com mais facilidade no país. É uma regra básica, pois quando há mais oferta que procura os preços caem. Foi justamente isso que aconteceu lá fora com os produtos saídos do Brasil. As exportações ganharam expressividade e força, que se somaram à valorização de commodities, como soja, aço e minério de ferro, e quanto mais os exportadores desses produtos comercializam seus produtos lá fora, mais dólar entra no Brasil.



Previsão


Mesmo com algumas oscilações entre queda e aumento de valor, a expectativa de economistas e especialistas da área é de que a moeda norte-americana seja mantida abaixo ou perto de R$2 até dezembro deste ano. Para dimensionar a trajetória da baixa no valor do dólar, pode-se tomar como exemplo a queda de 3,32% ocorrida entre os dias 14 e 17 de maio, que deixou o valor do dólar na casa de R$ 1,952, menor cotação desde janeiro de 2001.


Continue lendo