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Congresso discute procedimentos menos agressivos

08 set 2006 às 11:00

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O VII Congresso da Sociedade Brasileira de Neurorradiologia Diagnóstica e Terapêutica, que aconteceu nos dias 24, 25 e 26 de agosto, em Curitiba, apresentou e discutiu as mais avançadas técnicas de detecção e tratamento de doenças cérebro-vasculares, como os estreitamentos de carótidas e aneurismas cerebrais – principais complicações nos vasos sangüíneos que provocam o AVC (Acidente Vascular Cerebral), ou derrame, como é popularmente conhecido.

Participaram do evento mais de 400 profissionais – entre eles, os maiores especialistas da Espanha, França, Estados Unidos e Canadá. Segundo dados da Academia Brasileira de Neurologia, o AVC já representa a primeira causa de morte entre os brasileiros (90.930 óbitos em 2004), superando inclusive o infarto agudo do miocárdio (65.482 óbitos em 2004). A cada ano, das 15 milhões de pessoas que sofrem um AVC em todo o mundo, cinco milhões morrem e cinco milhões ficam com seqüelas irreversíveis.

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Mais de 60% dos casos de AVC são conseqüência do entupimento das artérias carótidas (dois vasos grossos localizados no pescoço e levam o sangue do coração para o cérebro e toda a cabeça) por placas de gordura (arterosclerose). O tratamento mais comum para a desobstrução das carótidas ainda é a cirurgia, que dura de 3 a 4 horas e exige um corte no pescoço, que é fechado com 20 pontos, em média.

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A técnica apresentada no Congresso pelo chefe do setor de neurorradiologia intervencionista do Hospital VITA Batel e médico da UFPR, Paulo César Evaristo de Souza, foi a angioplastia com proteção – um procedimento menos agressivo, que dura aproximadamente 30 minutos e oferece menor risco de entupimento ou rompimento das artérias durante e após o procedimento.

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Na angioplastia, o paciente recebe apenas uma anestesia local na virilha, onde é introduzido um cateter (tubo do diâmetro de um fio de náilon), com um balão na extremidade. Quando o cateter chega, por meio de orientação de imagens digitais, na artéria afetada, o balão é inflado, dilatando o ponto estreitado, levando a um aumento do fluxo sangüíneo.


Com a artéria dilatada e o sangue fluindo normalmente, o cateter posiciona e libera um "stent" (espécie de prótese metálica que funciona como um anel interno, utilizado para que a artéria não volte a se estreitar). Depois, o balão é desinflado e o cateter é retirado do organismo, sem necessidade de corte algum. "Isso faz com que o paciente fique menos tempo hospitalizado, resultando em redução de despesas e menor risco de complicações", explica Paulo César, defensor, pioneiro e com a maior experiência no Brasil neste tipo de procedimento.

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A técnica de proteção cerebral (TPC) torna quase nulo o risco de entupimento da artéria por eventuais coágulos ou fragmentos, durante a angioplastia, aumentando a segurança do procedimento e ampliando as indicações a quase todos os casos.


A TPC pode ser realizada em lesões de difícil acesso e em pacientes de alto risco cirúrgico que, há dez anos não tinham nenhuma outra solução para o problema. A técnica permite uma monitorização neurológica contínua e uma rápida detecção de complicações, que podem ser imediatamente reparadas. "Isso tudo com o paciente acordado", ressalta o médico. No Congresso Brasileiro, Paulo César mostrou a evolução da técnica, assim como o desenvolvimento de guias, cateteres, balões e "stents" adequados ao procedimento.

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Aneurisma Cerebral


Outra grande causa do AVC é o aneurisma cerebral – uma doença que afeta cerca de 6% da população mundial, não tem sintomas, nem formas de prevenção. De acordo com o chefe de neurorradiologia intervencionista do Hospital VITA Curitiba, Gelson Koppe, a principal forma de prevenção ainda é o diagnóstico precoce. "A maior causa do aneurisma é genética, portanto, quem possui casos na família deve fazer um acompanhamento diagnóstico", adverte.

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O aneurisma cerebral se forma por uma fragilidade nas paredes de uma artéria. A região fica dilatada e cria uma espécie de bolha. Ao passar por ali, o sangue faz uma pressão sobre a parede que está frágil. Com isso, aumenta o risco de que a parede da artéria se rompa e provoque um sangramento dentro do crânio (o AVC ou derrame). "Esse sangramento ocorre em 80% dos casos. Desse total, cerca de um terço dos pacientes acaba morrendo e um terço fica com seqüelas para o resto da vida", revela Koppe.


Forte e repentina dor de cabeça, enjôos, vômitos, perda de consciência, formigamento e desmaios são alguns dos sinais mais freqüentes do rompimento de um aneurisma. Devido à gravidade da hemorragia cerebral provocada pela ruptura do aneurisma, o tratamento deve ser realizado imediatamente. "Os casos de maior sucesso são os que conseguimos atender precocemente, após o rompimento da artéria", afirma o radiologista intervencionista.

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Por estar localizado em uma região bastante delicada, a retirada do aneurisma por meio de uma cirurgia nem sempre é fácil. O procedimento mais utilizado ainda é a abertura do crânio e a colocação de um clipe metálico na base do aneurisma. Porém, em algumas pessoas, dependendo da posição do aneurisma, a realização da cirurgia é tão arriscada que os médicos optam por não fazê-la.


Entre as técnicas discutidas no Congresso, está o procedimento chamado embolização do aneurisma. A técnica, via intervenção neuroendovascular, consiste em inserir um material metálico dentro do aneurisma, evitando que ele se rompa e cause derrames. "O procedimento tem tido grande sucesso. Demora cerca de uma hora, em apenas dois dias o paciente já pode ir para casa e, em uma semana, já pode voltar às atividades normais", explica Koppe. O médico revela também que o procedimento é muito menos agressivo e arriscado que as tradicionais cirurgias, já que não é necessário abrir o crânio do paciente. Assim, o risco de infecção hospitalar e outras complicações também é praticamente nulo.

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Saiba o que é intervenção neuroendovascular



O método surgiu na França há quinze anos e vem sendo aprimorado. No Brasil, a primeira intervenção foi realizada pelo chefe do serviço de neurorradiologia intervencionista do VITA Batel e da UFPR, Paulo César de Souza, em 1994.


Semelhante a angioplastia, o paciente recebe uma anestesia local na virilha, onde é feita uma punção com agulha para introduzir os coils (materiais metálicos parecidos com molas de platina que preenchem o aneurisma, como um novelo de lã). Eles são levados até o cérebro por meio de um micro cateter introduzido na artéria. Preenchido o espaço, o sangue deixa de circular naquela dilatação e não haverá mais pressão sobre as paredes do vaso, evitando novas rupturas. Todo o procedimento é visualizado com um aparelho de angiografia, que funciona como um raio X.


No Congresso foram apresentados novos tipos de coils. Alguns coils são revestidos com hidrogel, outros com substâncias bioativas. Apesar de todos os benefícios, a técnica ainda é polêmica e pouco utilizada no Brasil. "O risco do tratamento endovascular é bem menor do que o da cirurgia convencional. Ainda assim, no Brasil cerca de 25% da população é embolizada. Nos países desenvolvidos, 80% dos casos são tratados através da técnica endovascular", constata Gelson Koppe.

Desde 2002, o SUS já cobre este procedimento, na maior parte das grandes cidades do Brasil. "O que acontece é que se trata de uma especialidade relativamente nova. Então, temos poucos profissionais habilitados'', explica Koppe. A sociedade de neurocirurgia brasileira é a terceira maior do mundo, com mais de mil neurocirurgiões – destes, pouco mais de 30 estão capacitados a utilizar a técnica de embolização.


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