É preciso reflexão para percebermos como podemos alcançar este estágio de forma efetiva.
O caminho é a comunicação, a qual cria efetivamente valor para a organização. Este artigo trata da administração do processo de comunicação interna das organizações, atitude fundamental dos executivos modernos para a sobrevivência da empresa tanto interna quanto externamente.
A função da comunicação tem sido amplamente discutida e considerada pelos empresários, principalmente quando se observa que um dos fatores cruciais das melhores empresas para se trabalhar no Brasil refere-se a comunicação. Diferentes segmentos tem se preocupado com a avaliação do ambiente interno das organizações. Exemplo amplamente divulgado é a pesquisa da Revista Exame – Melhores Empresas para se trabalhar – que aponta organizações que têm os funcionários mais felizes, satisfeitos e, muito provavelmente, mais produtivos do país. O que mais vale para estes funcionários é um sentimento de orgulho pela empresa, credibilidade dos líderes, nível de informação sobre os rumos do negócio e tratamento com justiça. Fatores que se observarmos parecem simples de serem trabalhados. Mas o que podemos efetivamente realizar para esta conquista? Tomo a liberdade de convidar você, leitor para uma reflexão.
É preciso ambientes internos produtivos, os quais naturalmente respondam as demandas externas. Não estamos nos referindo aqui unicamente a questão de qualidade em relação aos produtos, serviços e tecnologia, mas a qualidade dos relacionamentos que uma empresa mantém com seus diferentes públicos: funcionários e seus familiares, clientes, consumidores, imprensa, governo, fornecedores, entre tantos outros grupos dependendo da realidade de cada organização. Um ambiente interno com qualidade é um processo no qual se valoriza: confiança, competência, comprometimento e credibilidade.
Entendemos que neste ambiente é preciso a existência de relacionamentos que promovam a satisfação de cada indivíduo. É necessário que a empresa esteja em consonância com seus objetivos, e é fundamental "viver" a organização em todos os seus processos. Partimos da seguinte reflexão: o primeiro público a ser trabalhado para efetivo posicionamento da empresa no mercado são seus funcionários. São eles que fazem, que sorriem, que realizam os sonhos. Não há mais como trabalharmos somente a estrutura técnica é preciso atuarmos na instância humana, ou seja a estratégia de negócios não pode estar dissociada da estratégia de pessoas. É preciso, voltamos a afirmar, construir relacionamentos. O segredo para esta conquista: processos de comunicação efetivos – comunicação aberta, intensa e transparente.
A organização é uma instituição social, constituída de pessoas e definida pelos seus papéis e relacionamentos. Ambientes de trabalho que preservem a satisfação do funcionário e respeito ao ser humano formam a base de nossas considerações. Assim, quanto maior for o envolvimento do funcionário com a organização maior será o seu comprometimento. Se ouvirmos o consumidor em relação ao marketing é preciso aprender a ouvir o que o funcionário tem a dizer em relação a empresa. É fundamental, na construção destes processos, o envolvimento da alta administração.
O processo de conquista de confiança está diretamente ligado a qualidade do processo de informação e comunicação. Não estamos nos referindo aqui ao volume de informações, mas na análise do que efetivamente interessa ser comunicado. A credibilidade de uma mensagem depende de quanto ela está em consonância com a tendência cultural daquele que a recebe. É preciso identificar quais são os padrões de relacionamento capazes de produzir a interpretação das mensagens para que haja resposta.
Não há como um veículo de comunicação ser global – servir para todos os públicos e interesses. É preciso segmentar a comunicação, para que ela efetivamente traga alguma mudança. Se ela não causou nenhuma prática não houve entendimento. De nada adianta enviarmos uma mensagem se não damos o referido acompanhamento que ela merece. A comunicação, pode facilmente perder sua credibilidade. E se isto acontecer internamente, como iremos fortalecer as relações da empresa com os públicos externos?
Nós precisamos acreditar, precisamos entender que é de fundamental importância a análise do público – por meio de pesquisas, auditoria, levantamento da cultura organizacional, alto conhecimento do negócio, avaliação dos pontos fracos, fortes, ameaças e oportunidades para que um planejamento estratégico de comunicação efetivo possa ser proposto e praticado. Somente desta forma nossas ações terão conseqüências. É preciso atitudes – não só palavras. É preciso mudança de comportamento da empresa e não só dos públicos.
A base dos valores referenciados a pouco: confiança, competência, comprometimento e credibilidade - está na qualidade do processo de comunicação que será vivenciado por todos. Ao desenvolvermos nossas atividades em uma empresa estamos continuamente transferindo conhecimentos, por meio do aprendizado organizacional – isto acresce capacidade estratégica para uma organização. Criar condições para que cada indivíduo procure desenvolver ao máximo seu potencial é função básica de uma empresa hoje. As pessoas devem ser o foco central de atenção. Precisamos criar um ambiente interno no qual informação, conhecimento e competência fluam livremente para que exista comprometimento pessoal e auto desenvolvimento. É preciso concentrar o foco na criação de um conjunto de valores essenciais – compartilhados na organização. A comunicação desta forma, cria a cultura organizacional e fortalece a identidade de uma organização.
Dra. Marlene Marchiori é professora da Universidade Estadual de Londrina e diretora da March Comunicação.
Mais informações: March Comunicação (43) 339 5354 e-mail: march@sercomtel.com.br
MARLENE MARCHIORI
Doutora em Ciências pela USP, em 2002, com atuação na área de Cultura Organizacional e Comunicação Interna
Mestre em Ciências, pela USP em 1995
Bacharel em Comunicação Social – Relações Públicas, pela UEL em 1981
Bacharel em Administração de Empresas, pela UEL em 1989
Professora da Universidade Estadual de Londrina, desde 1983
Sócia Proprietária da March Comunicação & Marketing, desde 1992
Conselheira Suplente do CONRERP, 2ª região SP/PR – em 3 gestões
Membro do Conselho da Associação Comercial e Industrial de Londrina
Ganhadora do Prêmio Destaque Profissional na Área Rural, pelo CONRERP, dezembro/1997
Ganhadora do Prêmio Top Rural na Categoria Campanha Criatório, pela Revista Rural/2001