Uma das mais interessantes explicações sobre a importância do fator humano na vida empresarial foi formulada, de forma simples e direta, por um empresário de sucesso do segmento industrial.
Se bem me lembro, foi algo mais ou menos assim “… a maior ameaça para os meus negócios acontece todos os dias às 18h, quando a parte mais importante do capital da minha empresa desce pelo elevador”.
Essa explicação singela e, até certo ponto, pragmática, traduz de forma inusitada a importância do capital humano e a necessidade da adoção de estratégias que, além de valorizar e motivar funcionários e colaboradores, transformem esse capital em diferencial competitivo e fator de expansão das atividades.
Em tese, qualquer empresa que reúna recursos financeiros (capacidade de investimento e de viabilizar projetos) , tecnológicos (procedimentos que garantam níveis operacionais satisfatórios) e humanos (equipes que possam movimentar os recursos disponíveis), tem boas possibilidades de, na visão de Drucker, sobreviver com alguma facilidade.
Mas, apenas sobreviver não é suficiente para empreendedores e acionistas que têm expectativas mais ambiciosas para seus negócios e investimentos.
Felizmente, muitas empresas já perceberam que, para conquistar espaço no mundo exterior, é preciso ter um amplo domínio do espaço interno, com todas as áreas operacionais devidamente mapeadas, manter a gestão dos negócios sob absoluto controle e uma equipe de colaboradores devidamente motivada e preparada para auxiliar a organização na conquistar da tão desejada vantagem competitiva.
Desenvolver os recursos humanos da empresa, contudo, não é uma tarefa fácil.
Além do uso de ferramentas adequadas, é preciso vontade política e uma perfeita definição de objetivos, que, via de regra, depende da resolução de algumas questões, como por exemplo: quais são as forças que podem efetivamente motivar um funcionário? Como anda a compreensão, por parte dos funcionários, dos problemas e objetivos da empresa? Qual o grau de conhecimento em torno do funcionamento da empresa e do papel de cada funcionário? A empresa conhece e valoriza o potencial de seus funcionários? Está atenta as suas necessidades e aspirações? O que a empresa tem feito para conquistar a lealdade e aumentar o comprometimento de seus funcionários?
Parte substancial dessas questões vem sendo equacionada com a implementação de estratégias de Endomarketing, que tem como foco principal o público interno da empresa.
O desenvolvimento ordenado de um conjunto de ações que vise melhorar a performance global dos recursos humanos pode, inegavelmente, assegurar um aumento de competitividade da empresa, em qualquer tipo de mercado e em qualquer contexto conjuntural.
Em linhas gerais, os objetivos de programas de Endomarketing podem ser assim enumerados:
A) Para a Empresa
. Criar vínculos e compromentimento ético
. Formar/moldar atitudes e comportamento
. Melhorar a integração funcional/operacional
. Reduzir custo
. Melhorar a comunicação interna e estimular a participação
. Aumentar a produtitividade e elevar os índices de qualidade
. Possibilitar o cumprimento de objetivos de curto, médio e longo prazos
. Fortalecer o sentimento de equipe
B) Para o funcionário
. Promover a integração vertical/horizontal
. Melhorar a compreensão dos objetivos da empresa
. Possibilitar crescimento profissional
. Agilizar o aprendizado
. Manter a motivação em níveis sempre elevados
É importante lembrar que os programas de Endomarketing devem ser sempre idealizados com base no perfil da empresa e de suas necessidades, não existindo fórmulas prontas ou modelos que possam ser adaptados.
Um bom programa de Endomarketing deve ser colocado em prática em etapas, tendo como ponto de partida um correto diagnóstico da situação.
Se você não quer ficar preocupado todos os dias às 18h, quando os elevadores são acionados, é bom começar a ficar preocupado com a sua equipe.
PS. Não adianta desativar os elevadores. Os funcionários podem sair pelas escadas.