A confirmação da contratação de Robinho pelo Real Madrid, que de quebra ainda levou Júlio Baptista, e as mudanças de equipes dos pilotos brasileiros foram as principais novidades dos movimentados mercados futebolístico e automobilístico.
O rei das pedaladas conseguiu vencer a queda de braço com o Santos para realizar o "sonho" de jogar no time merengue, com uniforme alvo como o de seu ex-clube. Engraçado que alguns meses atrás, Robinho dizia querer jogar no Barcelona, arqui-rival de sua futura equipe. Mas coerência não é o forte dessa turma mesmo.
O que importa é que as contratações dos dois brasileiros representam uma nova oportunidade para a formação de um time mais competitivo, embora os maiores problemas da equipe se encontrem na fraquíssima defesa. O difícil vai ser Luxemburgo escalar a equipe e dobrar os egos dos craques que forem relegados à reserva. Problema que pelo jeito não irá atingir Zidane, que já anunciou sua aposentadoria e não pretende jogar todas as partidas de seu clube na temporada.
Só o tempo dirá se o time vai emplacar, mas sem dúvida alguma as contratações foram de causar inveja.
Adeus anunciado
Quando Barrichello começou a se queixar da Ferrari e de Schumacher em Mônaco, quem conhece a categoria rainha do automobilismo mundial percebeu que o brasileiro estava arrumando as malas para deixar a escuderia. Como as críticas e desabafos públicos tornaram-se cada vez mais constantes, foi ficando cada vez mais claro que o divórcio era iminente.
Só faltava saber para qual equipe Barrichello iria em 2006, mistério que foi desvendado por uma inconfidência de Nelson Piquet, que mais uma vez mostrou que adora ver o circo pegar fogo e recebeu como troco críticas e seu filho que não faz boa temporada na GP2, categoria que se considera uma espécie de segunda divisão da F-1.
A BAR, apesar de não ser uma equipe de ponta, é uma boa solução para a encruzilhada que o piloto brasileiro se encontra. Na Ferrari, não teria a menor chance de conquistar o título mundial e seria sempre sombra de Schumacher. O contrato dos dois terminaria no ano que vem, e os italianos já se preparam para uma reestruturação completa, já que seu corpo técnico deve ter uma série de baixas também inclusive com a saída de Jean Todt. Lá, Barrichello poderia ser coadjuvante por mais uma temporada e nada mais.
Na nova equipe, o título continua improvável, a não ser que a Honda acerte a mão em seu novo motor V8 (configuração obrigatória para todas as equipes no ano que vem). Mas pelo menos o piloto irá preparando sua despedida em uma equipe com clima mais ameno, comandada pelo velho amigo Gil de Ferran. Barrichello nunca será um gênio do esporte e seu maior erro foi ter aceitado assumir o posto deixado vago por um certo Ayrton Senna, Ao fazer isso, tornou-se alvo fácil para críticas e chacotas, vindas de torcedores acostumados aos triunfos de Emerson Fittipaldi, Piquet e Senna num período de pouco mais de 20 anos.
A melhor chance
A saída de Barrichello abriu as portas de Ferrari para Felipe Massa, que terá mais uma chance para mostrar se é um piloto de ponta ou apenas uma promessa que se perde no tempo. O maior mérito de Massa foi ter conquistado o respeito da cúpula ferrarista, o que lhe valeu algo muito raro na F-1 atual: oportunidades.
Foram três temporadas na Sauber – impostas pela Ferrari como contrapartida ao fornecimento de motores – e um ano sabático entre elas apenas testando os carros vermelhos. E no ano que vem começa a nova fase de sua "formação profissional", com aulas dominicais do professor Schumacher. Se não decepcionar, Massa pode ter um bom futuro na equipe, muito provavelmente ao lado de Kimi Raikkonen, atual sonho de consumo dos italianos.
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Sem os valores astronômicos ou a mesma repercussão, Renaldo foi apresentado como novo atacante coxa-branca, completando a tríade dos clubes da capital paranaense – jogou também no Atlético e no Paraná.
O acordo foi bom tanto para o Alvi-verde, carente de um bom finalizador, quanto para o Tricolor, que tem em Borges um sucessor a altura de Renaldo. Que isso se confirme em campo.
Nota 10
Para Maurício, que após 18 anos de bons serviços ao vôlei brasileiro irá deixar as quadras. E vai ser difícil surgir um levantador tão talentoso e técnico quanto ele – Ricardinho está no caminho certo.
Nota 0
Para Levir Culpi, que recuou sua equipe para segurar a vitória contra o Vasco e viu o São Caetano levar três gols em 15 minutos. Uma bela lição para os retranqueiros.