Cruzeiro e Atlético Mineiro, líderes invictos, colocam Minas no primeiro plano do futebol nacional. O time de Luxemburgo não perde uma partida desde outubro do ano passado e já surge como grande favorito ao título. Alex, Aristizábal e Deivid vivem momentos inspirados e marcaram 17 gols em cinco partidas. Aliás, nenhum outro jogador marcou pela equipe, talvez sua maior fragilidade.
O Galo também conta com a inspiração de um trio para fazer frente ao grande rival: Alessandro, Alexandre e Lúcio Flávio. Os três têm a responsabilidade de armar jogadas e fazer os gols, ou então colocar a bola na área para Guilherme marcar. Não é uma equipe tão acertada como o Cruzeiro, mas carrega a tradição de se manter entre os melhores desde o primeiro Brasileirão, que ganhou, em 1971.
Outros candidatos ao título parecem que não perceberam que a disputa é por pontos corridos e andam dando sopa para o azar. Corinthians e Santos podem se justificar por priorizar a Libertadores, espinha atravessada na garganta dos corintianos e esperança de relembrar a era Pelá para o Peixe. São Paulo e Vasco alternam boas e péssimas partidas e o Grêmio parece ser mais adepto ao mata-mata. A surpresa é o Inter, que investiu na garotada e começa a colher alguns frutos.
Realidades diversas
Os paranaenses vivem momentos distintos. O Paraná, menos cotado dos três, ocupa uma excelente quarta posição, e se continuar no mesmo ritmo pode até conquistar uma improvável vaga na Libertadores ou na Copa Sul-Americana no ano que vem. O Atlético continua tentando reencontrar o bom futebol de dois anos atrás mas atravessa uma fase pouco brilhante. Klebérson não é nem sombra do que foi e até mesmo Diego, destaque do campeonato no ano passado, anda falhando demais.
O Coritiba parece que se animou com o título estadual invicto, além de colecionar uma série de lances de puro azar nos primeiros jogos. O time fez boas partidas mas não conquistou vitórias que pareciam certas. A vitoria de ontem sobre o Figueirense pode ser o divisor de águas para uma campanha no mínimo igual à do ano passado.
Volta ao normal
A corrida de San Marino, que traz na lembrança a morte de Senna, teve como maior destaque o profissionalismo e personalidade forte dos irmãos Schumacher. Michael e Ralf passaram o fim de semana na ponte aérea Munique-Imola, acompanhando os problemas de saúde da mãe, que acabou falecendo. Deixaram de lado as cerimônias fúnebres e correram como se nada tivesse acontecido.
Michael superou os problemas do começo do ano e ganhou com autoridade, como de costume. Ralf voltou a correr bem depois de muito tempo, fez um ótimo treino e uma largada fabulosa. Só não contava com a queda de rendimento da Williams durante a prova. Levou um drible de Barrichello mas deu banho em Montoya, que para ele é o que realmente importa.
A ultrapassagem do brasileiro foi, aliás, o melhor momento da prova, que trouxe de volta a normalidade à Fórmula-1. Destaque também para a constância de Raikkonen e para mais um fantástico treino de Webber, colocando o péssimo carro da Jaguar na quinta posição do grid, atrás apenas de Ferrari e Williams. Os dois têm tudo para se firmar como grandes pilotos e ganhar títulos.
Nota 10
Para os ultra-profissionais Schumacher, Barrichello em dia de Garrincha, Luxemburgo e seu Cruzeiro (apesar de tudo a competência deve ser reconhecida).
Nota 0
Para Fábio Luciano, do Corinthians, verdadeiro coelho da Páscoa para o ataque do Inter.