Bala na área

O melhor de todos

14 out 2003 às 10:59

O melhor piloto de todos os tempos. Esse é o título que Schumacher conquistou na madrugada de domingo, ao ganhar o sexto campeonato de Fórmula 1. Cala assim os argumentos daqueles que procuram diminuir seus feitos por uma suposta falta de concorrentes à altura e por ter sempre o melhor carro. Realmente o alemão deu sorte em enfrentar poucos pilotos realmente qualificados mas foi ousado ao embarcar na então barca furada chamada Ferrari (vale lembrar que Senna e Piquet não tiveram essa coragem).

Conquistou um título e perdeu outro ao jogar seu carro para cima dos concorrentes, mas tomou jeito e nos últimos quatro anos mostrou ser um do poucos pilotos realmente preocupados com seus colegas. Pode não ser unanimidade entre os principais críticos da F-1 mas sem dúvida alguma faz parte de um seleto grupo de gênios do automobilismo que inclui gente como Senna, Piquet, Prost, Stewart, Clark, Lauda e Fangio. E nos números é imbatível: 70 vitórias, 1038 pontos conquistados, líder e melhores voltas, pódios, voltas na liderança e praticamente todas as outras marcas possíveis. Só não é – ainda – recordista de poles com 55 contra 65 de Senna. Mas não vi sossegar enquanto não conquistar esse recorde também.


O Schumacher da Itália


Se os tifosi da Ferrari vibraram com mais um título, a festa foi ainda maior com o tricampeonato de Valentino Rossi na MotoGP (principal categoria do motociclismo). A exemplo de seu colega alemão, Rossi humilha a concorrência e parece desconhecer limites e suas conquistas. Ainda está muito longe dos oito títulos de Giacomo Agostini mas ainda tem muito tempo para chegar lá. É só manter o cainho certo.


Os brasileiros


O título de Schumacher apagou um pouco o brilho da bela vitória de Barrichello no Japão. Numa pista que exige talento o brasileiro teve uma atuação quase perfeita e só foi ameaçado no começo da corrida por Montoya e Alonso, que logo parara com problemas no motor. Venceu a prova, ajudou nas conquistas dos Mundiais de Pilotos e Construtores mas terminou a temporada e quarto, muito abaixo do vice-campeonato de 2002. e no ano que vem continuará sendo uma sombra de Schumacher, em campeonato que deve ser ainda mais equilibrado que o deste ano.


Na MotoGP , Alexandre Barros mais uma vez errou ao escolher a equipe e ainda sofreu com uma série interminável de contusões. Um ano para ser esquecido para um piloto que não parece ter muito tempo de carreira pela frente.


Nos Estados Unidos, Gil de Ferran se despediu do automobilismo com uma vitória e o vice-campeonato da IRL. Conquistou ao longo dos anos títulos nas categorias de base européias e, se lugar na F-1, partiu para sua aventura na terra do Tio Sam. De lá volta com dois títulos da Cart e uma vitória nas 500 Milhas de Indianápolis. Dize até que pode descolar uma vaguinha na F-1 no ano que vem, na decadente Jordan, mas é algo pouco provável.


O Schumacher brasileiro


Por aqui o Cruzeiro continua vencendo e contando com a sorte. Os tropeços dos adversários diretos garantiram 12 pontos de folga na ponta. Venceu as últimas oito partidas, o que garantiu 32 pontos, somente um a menos do que o lanterninha Grêmio em 36 partidas. a Raposa já prepara a estante para receber a taça.


Sonolenta Seleção


O Brasil jogou e venceu a Jamaica e jogo que poderia ser receitado como sonífero. Só valeu pelo golaço de Roberto Carlos. E para os cofres da CBF também.


Nota 10


É até pouco para Schumacher e Valentino Rossi.


Nota 0

Para Edu Dracena – aquele que chegou a ser convocado para a Seleção – pela covarde agressão contra Alex Alves no clássico mineiro. Se o STJD fosse sério daria um gancho de seis meses para o cruzeirense.


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