Bala na área

Não chore por mim Argentina

27 jul 2004 às 11:00

A Argentina jogou melhor, teve o título nas mãos mas como o futebol é altamente subversivo, no fim quem comemorou foi o Brasil. Conquista que teve a participação efetiva dos três melhores jogadores da seleção na competição.

Júlio César salvou o time em diversas ocasiões e segurou as pontas nos 90 minutos da final. Chegou à consagração ao defender o pênalti do novo garoto prodígio argentino: o marrento D'Alessandro.


Adriano fez o gol de empate quando praticamente ninguém mais acreditava ser possível e garantiu a artilharia, com sete gols em seis jogos. Méritos na jogada também para Diego, que levantou a bola na área e para Luís Fabiano que ajudou o seu companheiro de ataque na briga pela última bola do jogo.


Juan não jogou tão bem como das outras vezes mas não chegou a comprometer. Na decisão por pênaltis bateu com classe de atacante e selou a conquista do Brasil. Os três passaram no vestibular e são presença certa nas próximas convocações para as Eliminatórias. Entre os demais, alguns não tiveram chances, outros aproveitaram bem os poucos minutos que tiveram e os restantes se despediram da seleção.


Fábio – Não teve nenhuma chance para jogar mas continua nos planos e ainda tem futuro na seleção.


Mancini – Decepcionou nos dois primeiros jogos, quando culpou a altitude, e perdeu vários pontos com a comissão técnica.


Maicon – Não teve grande destaque mas pelo menos foi melhor do que o antigo titular. Pode voltar a ser chamado, mas continua atrás de Beletti na disputa da reserva de Cafu.


Luisão – Apesar de algumas falhas de posicionamento, firmou seu nome com Parreira. Ainda mais depois de fazer um gol importantíssimo na decisão.


Cris – Desfilou todo o seu repertório de lambanças e, para alegria da torcida, é carta fora do baralho.


Bordon – Se machucou na hora errada e perdeu a chance de jogar. Pode até ter outras chances, mas só em amistosos.


Gustavo Nery – Começou mal mas evoluiu bastante durante a competição e entrou na briga com Júnior por uma vaga no banco. Roberto Carlos é titular absoluto.


Adriano – O jovem jogador do Coritiba foi convocado na última hora e nem ficou no banco durante toda a competição. Mas pelo menos teve um bom convívio com jogadores mais experientes. É mais uma aposta para o futuro.


Renato – Apesar da falha no gol que quase deu o título para a Argentina, conquistou a admiração do técnico e praticamente garantiu um lugar no time titular. Com isso termina o reinado de Emerson, o que já não era sem tempo.


Edu – Outra figura carimbada para as próximas convocações. Jogou bem e passou a ser uma excelente alternativa para a posição de Zé Roberto, já que Parreira deve insistir em armar o time com três volantes.


Kleberson – Alguns lampejos do futebol que apresentou na última Copa, e só. Muito pouco para um ex-titular absoluto da seleção. Mas continua com força com o técnico.


Júlio Baptista – Mesmo jogando pouco agradou a comissão técnica e com certeza terá novas chances de mostrar porque o Barcelona não desiste de contratá-lo.


Dudu Cearense – Depois da frustrada participação no Pré-Olímpico ganhou uma nova chance e não mostrou serviço.


Alex – O de sempre. Poucas e boas participações durante as partidas. Tem um toque refinado e faz o que quer com a bola. Só que Parreira gosta de jogadores mais participativos. Segue como opção para o banco.


Diego – Lembra um Alex destro. A diferença é que participa mais do jogo, embora prenda muito a bola e reclame demais da arbitragem. Ganhou pontos ao armara a jogada do gol decisivo na final.


Felipe – Também lembra muito Alex mas parecia estar fora de sintonia com o resto do time. Até jogou bem quando entrou e é uma opção para algumas partidas das Eliminatórias, quando da ausência de alguns titulares.


Luís Fabiano – Não jogou metade do que pode e mostrou que ainda não controlou o temperamento explosivo. Mas mostrou vontade e foi fundamental no último gol.


Ricardo Oliveira – Mostrou que pode ter novas chances na equipe. Soube aproveitar as chances e mostrou que, além de boa presença de área, tem técnica mais refinada que a dupla titular da Copa América.


Vagner – Um mistério. Foi o maior destaque nos treinamentos mas praticamente não jogou. Talvez por culpa das trancinhas que não agradaram Parreira. Se não fosse se esconder na Rússia poderia ter novas chances.


Alemão


O Coritiba venceu, jogou melhor do que nas últimas partidas e, apesar do excessivo número de gols perdidos, fez as pazes com a torcida. Mas tudo isso fica em segundo plano após o golaço de bicicleta de Alemão. O mais bonito do campeonato até agora, desde a construção da jogada e o passe de três dedos de Tuta até a matada no peito já preparando a pedalada perfeita.


Até que enfim


Depois de uma queda brutal de rendimento o Paraná reencontrou o caminho da vitória. E no momento em que mais precisava, quando já se aproximava perigosamente da zona do desespero. E o melhor é que o jogo foi contra um rival direto na luta por um lugar na Série A.


Inexplicável


O Atlético é o grande mistério do Brasileirão. Alterna goleadas a favor e contra com uma naturalidade impressionante. Faz 6 x 0 no Goiás e leva 6 x 0 do Inter. Vence o Juventude por 4 x 1 para em seguida perder para o Criciúma pelo mesmo marcador. Já corre por aí a piada de que a torcida rubro-negra está torcendo para o time só ganhar por um gol o próximo jogo para perder o seguinte também pela diferença mínima.


Monotonia


Quando tem corrida na Fórmula Um já se sabe quem vence. Schumacher conquistou a 11a vitória em 12 corridas e já pensa nas próximas marcas a serem batidas. Uma verdadeira aula de talento e dedicação. Pelo menos a corrida foi um pouco mais animada, com várias brigas nas posições intermediárias. Destaque para Jenson Buton, que ganhou 11 posições e ficou atrás apenas do insubstituível vencedor.


Mais uma


O que se fala de Schumacher também se aplica a Valentino Rossi. de diferente apenas duas rodas a menos. O italiano venceu mais uma corrida da Moto GP e firmou-se na ponta do campeonato. Isso quando ninguém esperava que sua Yamaha fosse capaz de vencer as poderosas Honda. Mas "O Doutor" faz a diferença.


Outra vez


Se de Schumacher para Valentino a diferença são as rodas, do italiano para Lance Armstrong, o que muda é a ausência do motor. No resto, o norte-americano, agora hexa-campeão da Volta da França é igual. Três gênios.


Nota 10


Para o trio Schumacher-Rossi-Armstrong, talentosos, aplicados no que fazem, e mentalmente fortes para manter a motivação depois de tantas conquistas.
Para Alemão e seus golaços no Brasileirão.
Para a Seleção. Ganhar da Argentina sempre é mais gostoso.


Nota 0

Para a palhaçada que é o futebol brasileiro, que agora tem dois STJDs.


Continue lendo