Num belíssimo jogo em que as duas equipes jogaram para ganhar, o Santos foi mais eficiente e conquistou o seu primeiro título brasileiro já que na época de Pelé havia apenas a Taça Brasil, que era um nacional de fato, mas não reconhecido como tal. Foi a vingança pela derrota de 95, para o Botafogo, que só aconteceu devido aos erros da arbitragem.
O título fez justiça ao melhor time das fases finais do campeonato, que venceu os dois maiores favoritos à conquista: São Paulo e Corinthians. A arrancada final garantiu ao time da Vila a maior pontuação em todo o campeonato, 54 pontos, dois a mais que o rival de domingo.
E o jogo, ao contrário da maioria das decisões, não foi marcado por catimba ou violência, apesar de lances isolados de agressões de Fábio Costa e Fabinho. Até mesmo a arbitragem foi bem, uma redenção para Carlos Eugênio Simon que não anda em boa fase desde a Copa do Mundo.
O primeiro capítulo foi corintiano, animado pela contusão de Diego e com a primeira oportunidade de Guilherme aos dois minutos de jogo. Em seguida veio uma certa calmaria que durou até o momento em que Robinho começou a decidir a partida. A dança que deixou Rogério tão perdido que cometeu um pênalti bobo foi o início da festa santista. Sem medo, Robinho bateu com categoria e sentiu o gosto da conquista. Para encerrar o primeiro ato, outra vez Guilherme recebeu livre na área. E outra vez Fábio Costa defendeu.
O goleiro voltou a salvar o seu time diversas vezes no segundo tempo, suportando a pressão corintiana. Mas seu time ficou nervoso e errou bastante, o que animou Gil, Deivid e cia, que foram para cima. A expulsão de Leão mexeu mais ainda com os nervos santistas, o que só piorou com o gol de empate. O Santos recuou ainda mais, convidando o Corinthians a atacar.
Mas o melhor ficou para o final. Aos 39, Anderson marcou o segundo com muita garra e devolveu as chances ao seu time. Por alguns momentos o suspense tomou conta do Morumbi, mas aquela que seria uma virada histórica acabou em mais dois lances de Robinho. Como os velhos e bons pontas, ele abriu espaços na zaga corintiana e deixou Elano e Léo a vontade para revirar o jogo e garantir o título.
Dessa vez o Peixe não morreu na praia.
Nota 10
Fábio Costa, Robert e Robinho. Os nomes do jogo.
Nota 0
Guilherme. Um atacante de área não pode perder tantos gols. Ainda mais na final.