Bala na área

Luz verde para o Palmeiras, luz amarela para a Seleção

18 nov 2003 às 09:17

Em semana sem Brasileirão, destaque para as Eliminatórias e para a Série B, que já tem até o virtual campeão. O Palmeiras venceu mais uma vez o Marília e deu mais um passo na caminhada de volta à elite do futebol brasileiro. E o que é melhor, dentro de campo e sem virada de mesa. A vaga na Série A já está praticamente garantida e vai ser muito difícil outro time impeça que a taça acabe no Parque Antártica. Nas últimas partidas o principal destaque da equipe é o lateral Lúcio, que comprova um curioso fenômeno do futebol tupiniquim, uma série interminável de excelentes laterais esquerdos – que poderiam fazer parte da maioria das seleções a redor do mundo – e uma secura de talentos na lateral direita. Algo preocupante porque Cafu ainda está em forma mas não é eterno.

Primeiros erros


E falando em Seleção, ela não conseguiu cumprir a meta traçada por Parreira para este ano: 12 pontos nos quatro primeiros jogos das Eliminatórias. Contra o Peru o time até que não jogou tão mal assim mas não produziu o suficiente para conquistar a vitória. O resultado até poderia ter vindo se o bandeirinha não anulasse de forma incorreta o gol marcado por Ronaldo, mas talvez o empate tenha sido mais justo. O Peru mostra uma boa evolução das últimas Eliminatórias para cá e é um real candidato ao menos à repescagem contra o campeão da Oceania.


Mas pior do que o resultado é ver o comportamento de alguns jogadores. Lúcio mais uma vez comprovou que não tem condições de jogar na Seleção e Roque Júnior ainda tem muito a melhorar. Duro é agüentar os dois enquanto Alex, do Santos, nem é convocado. Da mesma forma é preocupante que Dida volte a cometer os velhos erros nas saídas de gol. Todo mundo conhece essa falha mas pelo jeito nenhum treinador de goleiros consegue resolver o problema. Até que se acerte a zaga as bolas alçadas na área continuarão sendo um grande perigo contra o time de Parreira.


Os laterais não comprometeram mas também não tiveram atuações memoráveis. No meio campo Gilberto Silva esteve aquém do que sabe jogar, Emérson fez o de sempre (muito pouco para um intocável na Seleção), Zé Roberto foi mal e Kaká e Rivaldo merecem elogios ao menos pelo esforço. Renato e Alex, que entraram depois não fizeram nada que chamasse atenção, ao contrário das exclentes atuações em seus clubes. E na frente Ronaldo ficou refém da zaga peruana e mesmo assim conseguiu fazer um gol, incorretamente anulado, numa das poucas chances que teve. Luís Fabiano jogou tão pouco tempo que não dá para avaliar seu desempenho já que seu potencial é inegável.


Ao menos a invencibilidade persiste e pelo visto o sufoco das duas últimas vezes em que o time teve que disputar em campo a classificação não vai se repetir. Mas o mais difícil é a torcida engolir a perda da liderança, mesmo que só pelo saldo de gols, para os argentinos.


Mas contra os uruguaios, na reabertura do Pinheirão, o Brasil vai ter que jogar melhor para vencer a provável retranca. Parreira com certeza não vai mudar o esquema e continuar com três volantes, dois meias que se aproximam do ataque e um único atacante. É uma pena porque poderia aproveitar muito mais o talento natural dos jogadores atuando de maneira mais ofensiva, seguindo o exemplo do Real Madrid. Não deve ser um jogo bonito mas com certeza será bem disputado.


Nota 10


Para mais um golaço e uma atuação quase perfeita do lateral Lúcio, do Palmeiras, na vitória contra o Marília.


Nota 0

Para Milton Neves, que deu espaço para Eurico Miranda soltar o verbo contra Kajuru e Juca Kfouri no programa Terceiro Tempo. Se que atacar seus desafetos, Neves devia assumir suas posições e não utilizar terceiros.


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