Todo início de ano é a mesma história: sem uma pré-temporada digna deste nome, ainda sem elencos definidos e com jogadores desentrosados e fora de forma, os principais clubes brasileiros disputam os cada vez menos prestigiados campeonatos estaduais. Tudo bem que para os clubes do interior esta é muitas vezes a única competição a ser disputada ao longo do ano mas é urgente encontrar uma solução mais prática para os torneios regionais. Talvez a realização de torneios classificatórios para uma fase final que contaria com a presença dos principais clubes seja o melhor caminho, mas do jeito que está, os estaduais são excessivamente longos e altamente deficitários.
Sem falar no verdadeiro castigo que é expor os jogadores ao desgaste físico de jogar em pleno verão, enfrentando temperaturas de quase 40 graus, como na partida entre Rio Branco e Atlético, na quente Paranaguá. Não é a toa que o grande craque da atualidade no Brasil, Tevez, já pediu dispensa de algumas partidas do Corinthians para se dedicar à preparação física para poder agüentar a longa temporada que começa agora. Se os jogadores fossem um pouco mais unidos, com certeza não permitiriam esses abusos dos dirigentes, que devem achar que jogadores são máquinas.
Falsas zebras
Com o exíguo período de preparação, é natural que as principais equipes tenham maior dificuldade nos primeiros jogos, quando enfrentam outros times em uma fase mais adiantada de treinamento. Por isso, as zebras que aconteceram nas primeiras rodadas em quase todos os campeonatos estaduais não podem ser levadas muito a sério. No fim, ao redor do país os campeões serão quase sempre os habituais, com uma ou outra exceção aqui ou ali.
No Campeonato Paranaense, a taça dificilmente escapará das mãos do trio de ferro, com chances maiores para o rubro-negro, que foi a equipe que menos sofreu modificações. O reformado Paraná e o praticamente refeito Coritiba terão mais dificuldades para acertar seus times. Para o Tricolor, o estadual é a chance de quebrar o jejum de títulos que vem desde 1997; para o Coxa, é a chance de se preparar para a dura realidade da Segundona, que é o campeonato que interessa em 2006.
Eternamente polêmico
Romário foi destaque nos últimos dias a partir do momento em que o Vasco resolveu transformar jogos-treino em amistosos para que o baixinho chegasse a seus sonhados mil gols (pelas suas próprias contas). Mesmo com essa ajuda a meta dificilmente será atingida devido à condição atlética do jogador, que já não é a mesma de alguns anos atrás. Mas não custa nada deixá-lo seguir nesse sonho e tentar chegar ao milésimo gol. Por tudo o que fez dentro de campo ele merece a marca.
Quanto a alfinetada em seu novamente desafeto Pelé, o Rei realmente contabilizou seus jogos pela Seleção do Exército em seu currículo. Essas questões estatísticas são realmente duvidosas, principalmente pela falta de registros mais antigos (dizem que Friedenreich, só para citar um exemplo, passou fácil dos mil gols, embora tenha realmente contabilizados menos da metade disso). e também pela inconstância dos campeonatos. Um critério muito utilizado na Europa é de levar em consideração apenas os campeonatos nacionais e as copas continentais. Algo que não funciona no Brasil, porque dessa forma se perdem os gols nos estaduais e nos antigos torneios Rio-São Paulo, Roberto Gomes Pedrosa, Taça Brasil, entre outros.
Nota 10
Para Tevez, que enfrentou a cartolagem para preservar sua saúde.
Nota 0
Para o formato atual dos estaduais.