Bala na área

Conquistas em azul e vermelho

30 set 2003 às 10:59

O fim de semana foi perfeito para o Cruzeiro que agora livrou oito pontos de vantagem para Santos e Coritiba. O time mineiro parece até um certo piloto alemão e já botou pelo menos uma mão na taça. E de forma merecida já que não dá chance para o azar e segue vencendo os seus adversários, em casa ou fora, jogando mal ou dando show. Contra o Vitória, o Cruzeiro não chegou nem perto de repetir suas melhores apresentações no campeonato, mas somou três pontos e comemorou a derrota do decadente Santos para o colorado gaúcho.

O Time da Vila passa por um momento difícil, culpa da falta de planejamento para o longo campeonato. Sem um atacante eficaz a equipe perde poder de fogo e fica totalmente vulnerável aos adversários. Ricardo Oliveira não foi substituído à altura e desde então o Santos vive uma fase descendente. Robinho até se recuperou um pouco mas Diego também anda muito irregular. Paulo Almeida esqueceu de jogar bola e agora só bate e reclama dos juízes – parece que aprendeu com Leão – e até mesmo Renato anda errando passes como nunca. Se os jogadores não colocarem a cabeça no lugar e se o técnico continuar com seus ataques histéricos à beira do gramado não haverá a menor chance de recuperar o primeiro lugar.


Orgulho ferido


Depois da derrota para o Vasco e das abomináveis agressões da torcida cruz-maltina ao final da partida, os jogadores do Coxa voltaram a campo querendo recuperar a confiança abalada. Conseguiram em parte com a vitória sobre o Paysandu, no sufoco e sem jogar muito bem. Como prêmio empataram com o Santos na tabela. A meta agora é cumprir a missão quase impossível de alcançar o Cruzeiro.


Filme repetido


Paraná e Atlético jogaram fora de casa. Ou seja, perderam.


O rubro-negro jogando com um esquisito uniforme dourado perdeu para o Flamengo, ajudando o time da Gávea a superar o trauma das seguidas goleadas impostas pelos times paranaenses. E mais uma vez os jogadores atleticanos abusaram do nervosismo e cavaram duas expulsões bestas.


Já o Paraná mostrou mais uma vez que longe de Curitiba o time se acovarda e não consegue repetir as boas atuações caseiras. A zaga continua muito vulnerável e quando o ataque não colabora a derrota é praticamente certa.


O lado escuro da força


Mais uma vez o Vasco. Mais uma vez em São Januário. A absurda agressão aos jogadores do Coritiba dentro do estacionamento do estádio, com a conivência da diretoria vascaína, explica a razão da decadência do futebol carioca. Enquanto os times forem tratados como feudos e administrados por pessoas como Eurico Miranda a Cidade Maravilhosa estará privada de comemorações e conquistas.


E se a justiça desportiva fosse um pouco mais séria, São Januário estaria fechado ou então totalmente reformado após a decisão da Taça João Havelange, que por direito seria do São Caetano. Se bem que um título com esse nome combina perfeitamente com o manda chuva vascaíno.


Peter Perfeito


Michael Schumacher. Nome que cada vez ganha mais espaço na história do esporte. A vitória em Indianápolis, que praticamente garantiu o sexto título do alemão, foi a combinação do talento natural com a sorte tão bem vinda. Após um sábado desastroso, que o deixou apenas na sétima posição no grid – com Raikkonen na pole e Montoya em quarto – parecia que a luta pelo título estava em aberto. Apenas parecia.


Já na largada o alemão ultrapassou um irreconhecível Montoya, que precisa amadurecer bastante para conquistar um título. O colombiano só não largou pior do que Barrichello, que mais tarde culpou o câmbio do carro pelo péssimo desempenho. Tinha mais cheiro de tática da Ferrari para que o brasileiro segurasse Montoya mas daí já entramos no campo das especulações.


Se o objetivo fosse esse, teria ido por água abaixo quando o colombiano ultrapassou Barrica e de quebra o tirou da corrida. A punição ao piloto da Williams foi uma grande injustiça e mostra que a Fia às vezes é tão parcial quanto a CBF. E para piorar a situação de Juan Pablo, a entrada obrigatória nos boxes aconteceu exatamente quando começou a chover, o que o obrigou a uma volta a mais com o carro quase inguiável.


Sorte de Schumacher, que pôde compensar uma parada em que a bomba de gasolina não funcionou direito na hora em que todo mundo foi obrigado a trocar pneu. E com condições climáticas ruins foi só mostrar o talento natural e deixar todo mundo para trás. Se no asfalto seco e quente os pneus Michelin são muito melhores do que os da Bridgestone, na chuva tudo muda de figura. Tanto que Jason Buton liderou durante várias voltas e as cadeiras elétricas da Sauber conquistaram o terceiro e quinto lugares com Frentzen e Heidfeld.


O campeonato só não acabou porque Raikkonen mostrou que tem um futuro brilhante pela frente e salvou um suado segundo lugar. Se a McLaren fosse um pouco melhor com certeza a briga pelo título seria mais dura. Mas do jeito que está dificilmente o alemão queixudo deixa o campeonato escapar. E com isso se torna o piloto com mais títulos, iguala Fangio no número de campeonatos consecutivos com quatro, tem o maior número de vitórias (70, contra 41 de Alain Prost) e só não se torna recordista absoluto em poles, marca ainda pertencente a um certo Ayrton Senna.


Nota 10


Para o fenomenal Schumacher por mais um show em Indianápolis.


Nota 0

Para Eurico Miranda e os "torcedores" vascaínos. Num país sério São Januário ficaria fechado pelo resto do ano.


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