Bala na área

Conquista merecida

01 jul 2002 às 10:47

E o Brasil ganhou o Penta. O dinamismo deste apaixonante esporte permitiu que algo pouco provável um mês atrás acontecesse. Os favoritos foram ficando pelo caminho e o Brasil seguiu firme rumo ao título. Pode não ter apresentado o brilho que a torcida sempre espera, mas fez uma campanha irrefutável. Foram sete vitórias em sete partidas, 18 gols marcados contra apenas quatro sofridos. O Brasil fez o artilheiro da competição e teve quatro jogadores escolhidos para a seleção da Copa. Foi o melhor e pronto. Méritos para uma equipe que superou dificuldades como o desentrosamento e a desconfiança da crítica e dos torcedores e deu a volta por cima. Na final, o time dominou completamente uma Alemanha forte mas sem talento. 2 x 0 foi pouco e o título ficou com quem mais mereceu.


Marcos
Kahn foi o goleiro da Copa, mas Marcos foi o melhor da final. Salvou o Brasil em uma falta quando o jogo estava empatado e, no finzinho do jogo, deu mais uma mostra de seu talento. Sem ele, a viagem de volta seria mais cedo. Nota 9


Cafu e Roberto Carlos
Os alas brasileiros fizeram um mundial quase perfeito. Seguros na defesa e com boa participação no ataque. Roberto ainda acertou uma bela cobrança de falta e fez seu golzinho. Cafu inovou na hora de receber o troféu e entrou para a história como o único a disputar três finais de Copa. Nota 9 para os dois.


Lúcio, Edmilson e Roque Júnior
Apesar das falhas individuais e de posicionamento, melhoraram ao longo da Copa e fizeram uma bela final. Anularam o jogo aéreo alemão e pela primeira vez não deram grandes sustos na torcida. Notas 6, 7 e 8, respectivamente.


Klebérson e Gilberto Silva
Soberanos no meio campo. Se entrosaram bem e deram a consistência que o setor precisava, ao contrário da primeira fase. Gilberto marcou como um leão e Klebérson foi o elemento surpresa no ataque. Os dois merecem 8.


Ronaldinho Gaúcho
Apagado em alguns jogos. Mesmo assim, foi o principal destaque na partida mais difícil do Brasil, contra a Inglaterra. Seu golaço nesse jogo entrou para a galeria dos gols mais bonitos dos mundiais. 7 pela inconstância.


Rivaldo
Deve ser eleito o melhor da Copa. Jogou como gosta, livre para atacar e correspondeu com belos gols e assistências. Contra Inglaterra e Turquia foi quase perfeito. Só poderia ser menos fominha. O número da camisa: 10.


Ronaldinho
Exemplo de superação. Deu a volta por cima e foi o artilheiro da competição com oito gols. Não tem o mesmo arranque de antes das cirurgias no joelho mas continua com faro de gol. Superou o trauma de 98 marcando duas vezes na final. Nota 10 pelo futebol e 0 pelo visual.


Juninho
Foi obrigado a jogar fora de suas características, o que prejudicou o seu desempenho. Quando entrou para exercer a função que está acostumado se saiu melhor. Valeu pelo esforço. Merece um 6 pela obediência tática.


Júnior
Jogou apenas contra a Costa Rica e foi um dos melhores em campo, marcando um belo gol. Bom trabalho para um dos mais questionados da convocação de Felipão. Nota 7.


Luizão e Edílson
Longe de seus melhores momentos, não foram substitutos à altura dos titulares. Luizão apareceu apenas no lance do pênalti (?) contra a Turquia, ainda na primeira fase. Romário faria melhor. Não merecem mais que 5.


Denílson
Dribles e mais dribles. Bonito de ver, mas sem eficiência. Importante para segurar a bola nos instantes finais da partida contra a Turquia. 10 pelo show, 2 pela importância coletiva. 6 na média.


Vampeta, Anderson Polga e Belletti
Jogaram pouco e com discrição. Vampeta mostrou estar longe de seus melhores momentos, Anderson não comprometeu e Belletti ajudou Denílson a segurar a bola na linha de fundo contra a Turquia. 4, 5 e 6 respectivamente.


Dida e Rogério Ceni
Os dois únicos que não jogaram poderiam ser titulares em qualquer seleção. O Brasil está muito bem servido de goleiros. Sem nota.


Ricardinho
Um capítulo à parte. Último a chegar, jogou poucos minutos mas organizou o meio de campo. Merecia ser titular mas foi vítima da teimosia de Felipão que procurou preservar a harmonia do grupo. Se jogasse mais tempo seria um dos destaques da Copa. Além disso, é um exemplo de profissionalismo. 8 porque jogou pouco.


Scolari
Teimoso, com fama de retranqueiro, mas sabe como poucos motivar uma equipe. Não convocou os melhores jogadores e sim aqueles em quem confia. Armou o time com um esquema pouco usado no Brasil, foi um fiasco nas eliminatórias, mas deu a volta por cima. Soube dar o espaço necessário para que o talento individual dos jogadores superasse a limitação do esquema tático. Apostou na recuperação de Ronaldinho e Rivaldo, e por isso merece a conquista. 10 pelo entusiasmo, 0 pela teimosia. Média 5. Mas pelos 2 x 0 da final, fica com 7.



Nota 10


Para Pierluigi Collina. O melhor árbitro da Copa, premiado com a final. Perfeito. Para a comemoração conjunta de turcos e coreanos, após a bela partida que decidiu o terceiro lugar.


Nota 0

Para a Fifa, que mudou o regulamento que premiava o campeão da Copa com uma vaga para o mundial seguinte. A partir do ano que vem o sofrimento das eliminatórias recomeça para os brasileiros.


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