O Campeonato Brasileiro deste ano poderia ser marcado pela alegria das danças de Tevez após os seus gols, merecia ser lembrado pelo show corintiano no 7 x 1 sobre o Santos, pelos gols fabulosos de Petkovic, pela redenção flamenguista após a chegada do marrento Joel Santana que conduz o time para escapar do rebaixamento, pela despedida de Robinho dos gramados nacionais, ou por uma série de belos dribles, defesas e gols.
Pelo merecido título do Corinthians (alguém ainda duvida?), que estaria em boas mãos também se fosse para o Fluminense (para o Inter nem tanto). Ou até mesmo pelo triste destino do Galo Mineiro ou pelo provável retorno do Grêmio.
Mas a beleza singela de cada um desses momentos fica totalmente apagada quando a corrupção e, acima dela, a barbárie tomam as rédeas. Não bastasse o "caso Edilson" e as mortes ocorridas algum tempo atrás, a violência e a ignorância atingiram níveis insuportáveis no último fim de semana. Tudo porque alguns selvagens torcedores flamenguistas (na verdade baderneiros e criminosos que se escondem sob as cores de "seu" clube) assassinaram a golpe de foice Rafik Tavares da Silva Cancio, 20 anos, apenas porque ele vestia uma camisa do Botafogo. A mesma que consagrou um anjo das pernas tortas.
E como é pouco provável que os assassinos sejam punidos, esta não será a última morte. Definitivamente, os estádios não são lugar para gente sensata ir. Porque nada garante o direito de voltar.
Os melhores
Com o campeonato chegando ao fim começam a surgir as seleções ideais e as eleições dos melhores jogadores do campeonato.
E dificilmente o título de maior craque do campeonato escapará das mãos de um estrangeiro: Tevez ou Petkovic. E nada de xenofobia, os dois merecem. O incansável argentino pelo espírito de luta aliado a velocidade, rapidez de raciocínio e finalizações eficientíssimas. O sérvio pela ambidestria, visão de jogo e passes açucarados, além de dois dos dez mais bonitos gols deste campeonato. Pet faz o futebol parecer fácil, Tevez faz o futebol parecer a única razão para existir.
Já a seleção do campeonato poderia ser escalada assim: Rogério Ceni, Cicinho, Lugano, Gamarra e Júnior; Marcelo Mattos, Mineiro, Petkovic e Roger; Tevez e Alex Dias. Um segundo time teria Fábio (do Cruzeiro), Gabriel ou Paulo Baier, Marinho (?), outro zagueiro qualquer (a coisa anda feia nesta posição, e Michel Bastos; Marcinho Guerreiro, Tinga, Danilo e Ricardinho; Borges e... Romário.
Nota 10
Para Tevez e seus companheiros de Corinthians pelo show em cima do Santos, que mostrou que apesar do início conturbado o time merece chegar ao título.
Nota 0
Para os selvagens travestidos de torcedores que se multiplicam por várias partes do país.